terça-feira, setembro 25, 2007

Morte por Eletrocução


ATUALIZAÇÃO DE 17.OUTUBRO.2007:
MATÉRIA NO JORNAL NACIONAL (REDE GLOBO)

.
.
. Tuiuiú morre ao bater em fios elétricos na Estrada-Parque Pantanal (MS)
Foto: © Eik Sorgi, 2007
(USO PERMITIDO PELO AUTOR
)


Há um ano postei aqui no FotogramaBlog um texto sobre a questão dos atropelamentos de fauna nas estradas do Pantanal. E há quase 10 anos a Revista Veja publicava reportagem com tema semelhante, acrescentando a mortalidade de aves por eletrocução nas redes elétricas que acompanham estradas pantaneiras.

Esta semana o assunto voltou às minhas lembranças, pois o colega Eik Sorgi, estudante de Biologia da Universidade Estadual de Londrina, enviou o incrível e chocante registro fotográfico de um tuiuiú no exato instante em que morria eletrocutado nos fios da Estrada-Parque do Pantanal (MS). "Estávamos maravilhados com a presença de vários tuiuiús forrageando bem a nossa frente, mas o que queria mesmo era fotografá-lo voando. Foi aí que avistei um tuiuiú ao fundo, fui o seguindo com a camera até que de repente ele encosta nos fios e, por sorte, apertei o botão de disparo. Foi uma cena muito triste e revoltante. Depois do ocorrido notamos que vários tuiuiús passam muito perto dos fios e com certeza muitos devem morrer assim", diz Eik.


Como em breve – 05 de outubro – comemoraremos o Dia da Ave, nunca é demais alertar sobre a questão. A lógica é simples: quando o Pantanal seca, as últimas áreas que ficam com água empoçada são as beiras das estradas, cujas pistas foram elevadas utilizando material retirado de suas laterais – as chamadas “caixas de empréstimo”, que ficam mais profundas em comparação com o terreno ao redor. As aves e outros animais concentram-se nestes lugares à procura de água e alimentos como peixes, caranguejos e caramujos aquáticos. Um espetáculo excelente para os turistas, que têm a oportunidade de ver grandes bandos de tuiuiús, cabeças-secas, colhereiros e outros bichos - mas ao mesmo tempo uma armadilha mortal para alguns deles. Quando não são atropelados por motoristas que desrespeitam limites de velocidade, podem estar condenados a morrer torrados na rede elétrica.

Na Rodovia Transpantaneira (MT), encontraram uma solução relativamente simples e barata para o problema: já que as aves morrem quando as pontas de suas asas tocam dois fios ao mesmo tempo, o jeito foi aumentar a distância entre eles. As cruzetas dos postes, que originalmente tinham três fios alinhados no topo (como uma letra “T”), foram movidas para que os dois fios das extremidades ficassem mais baixos com relação ao fio do meio, formando uma espécie de triângulo (veja nesta foto). A mortalidade de aves diminuiu bastante após estas modificações. Fica a dica para os responsáveis pela manutenção das redes elétricas nas estradas do Pantanal Sul-mato-grossense.



Concentração de aves e jacarés ao longo da Rodovia Tanspantaneira (MT)
Foto: © Daniel De Granville, 2003

.
.
.

terça-feira, setembro 18, 2007

Respire Mais, Polua Menos

.
.
.Qual é melhor: uma sombra solitária...
Foto: © Daniel De Granville, 2007


No final desta semana teremos dois eventos importantes para o meio ambiente: na sexta-feira (21 de setembro) o Brasil comemora o Dia da Árvore, e no sábado (22) acontece o Dia Mundial Sem Carro.

Então que tal aproveitar este fim de semana para sair a pé ou de bicicleta, fotografar a natureza, sentar debaixo de uma bela árvore e fazer um piquenique? Dê uma folga para o seu carro, que passa o ano todo trabalhando para você. Este simples gesto serve para dar um alívio não só a ele, mas também às plantas que acabam sofrendo com os poluentes emitidos diariamente pelos automóveis.


... ou milhares de copas unidas?
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Lembre-se que, enquanto entre 2002 e 2006 o número de veículos cresceu oito vezes mais do que a população na cidade de São Paulo, pouco resta da Mata Atlântica que existia originalmente sobre o que hoje é a metrópole mais poluída do país.

Quer mais sugestões? Dê uma pesquisada rápida no Blackle que você vai encontrar um monte de programas bacanas e de graça para fazer mundo afora neste fim de semana – sem carro...


(Só confirmando :-)
Foto: © Daniel De Granville, 2007
.
.
.

quinta-feira, setembro 13, 2007

Queima de Estoque

.
.
.Queima a Floresta Amazônica...
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Todo ano é a mesma coisa: a imprensa faz alarde, as autoridades prometem providências, os proprietários de terras se eximem da responsabilidade. A culpa é da estiagem, problema de São Pedro e Iansã... Daí logo vêm as chuvas, a situação melhora e o assunto cai em esquecimento.


... queima o Cerrado...
Foto: © Daniel De Granville, 2003


Segundo dados do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – foram registrados 16.592 focos de incêndio no Brasil em agosto, um aumento de 30% na área de florestas queimadas em relação ao ano passado. O coordenador do Prevfogo - Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Elmo Monteiro, afirma que 2007 está sendo considerado o “ano do fogo”. Parece coisa de horóscopo chinês, mas é tão triste que nem dá vontade de fazer jogo de palavras...


... o Pantanal...
Foto: © Daniel De Granville, 2002


Não são só as florestas que estão sofrendo. O bioma do Cerrado é o mais atingido, com destaque para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, onde quase 60% já foram queimados. Realmente, uma enorme queima de estoque. Vão-se as árvores, torram-se os animais, evapora-se a biodiversidade. E, é claro, somem os turistas. Afinal, quem quer viajar de férias para ver cenas tão hediondas?

Como se isto já não bastasse, o homem sofre sem às vezes nem perceber: crises respiratórias, acidentes nas estradas, pousos e decolagens canceladas nos aeroportos, tudo devido à fumaça. Mas não tem problema, daqui uns dias chove e tudo volta a ser o que era. Pelo menos até o próximo ano...

acompanhe o monitoramento das queimadas em tempo real


... e por fim queima a Mata Atlântica.
Foto: © Daniel De Granville, 2007
.
.
.

terça-feira, setembro 04, 2007

Sangue de Fotógrafo
(ou: "Buscando as Raízes")

.
.
.Capa de 1948 da extinta Revista Iris,
o primeiro periódico brasileiro sobre fotografia


Em recente visita familiar tive a oportunidade de conversar com tios e primos sobre um assunto que eu já sabia, mas não lembrava em detalhes. Meu avô paterno Eudóxio Marques Manço, falecido em 1978, dedicou boa parte da sua vida à fotografia profissional, tendo sido o idealizador do Cine Foto Clube de Ribeirão Preto (SP).


Levando meu pai como assistente, fotografava casamentos e outros eventos, além de produzir fotos de paisagens das quais ao menos uma foi premiada em concurso (detalhes em breve). Além de fotógrafo, meu avô Eudóxio foi orquidófilo e músico (flautista) na Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

Em um velho álbum de fotografias da época, além de imagens de sua autoria que aos poucos pretendo digitalizar, encontramos os manuscritos de um projeto de ampliador fotográfico e um exemplar de 1948 da Iris - Revista Brasileira de Foto, Cinema e Artes Gráficas.

Acho que isto explica muita coisa sobre mim...


Cópia de manuscritos originais do meu avô,
presumidamente datados de 1948,
com o projeto de um ampliador fotográfico.

.
.
.