sábado, setembro 23, 2006

Guia de Campo de Bonito

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Na Alemanha, Ministro Gilberto Gil confere e aprova o
Guia de Campo de Bonito!
FOTO © Gustavo Dessoy, 2006



Hoje tem reunião em casa. Sim, é sabadão, mas tem trabalho... dos bons! Acontece que a equipe do Guia de Campo de Bonito, oficialmente o primeiro livro onde eu participo como autor de fotos e textos, decidiu se reunir. Primeiramente, para comemorar o fato de que as despesas com a publicação acabaram de ser pagas. Segundo, para fazer um balanço geral sobre o produto: situação das vendas, estratégias de comercialização, edições futuras, etc.


| FOTO e ARTE: © Kiko Azevedo / Daniel De Granville, 2005 |



Nosso Guia foi lançado em julho de 2005, dentro da programação oficial do VI Festival de Inverno de Bonito, com tiragem de 5.000 exemplares. Elaborado por biólogos, fotógrafos e especialistas em design e ecoturismo, possui 120 páginas com mais de 170 fotos de animais, plantas e paisagens da região da Serra da Bodoquena, incluindo 83 pranchas ilustradas com explicações sobre espécies mais representativas da fauna e da flora.

A confecção do guia envolveu o trabalho de mais de 6 pessoas durante quase 4 meses, entre seleção e captura de imagens, elaboração e revisão de textos, preparo e montagem do material para impressão, distribuição e lançamento.

Para mim, como fotógrafo da equipe, o mais interessante durante a captura das imagens para o guia foi ter que fazer fotografias “eficientes” para identificação das espécies. Isto significa conseguir fotografar os animais e plantas em uma posição ou situação “neutra”, contrapondo-se à fotografia com visão mais artística resultante de um processo criativo. Tal necessidade exigiu uma revisão nos meus critérios de escolha de uma “boa imagem”, pois algumas das fotos eu jamais consideraria selecionável para uma exposição, por exemplo. Não que fossem fotos ruins – tecnicamente elas estão muito bem, mas simplesmente mostrar o bichinho lá parado, posando em frente à câmera sem demonstrar algo que cause encanto no observador, não é o que mais fascina quem gosta de exercer a fotografia de forma inovadora...

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quarta-feira, setembro 13, 2006

Papos da Alemanha, Parte 5: Seis Meses Atrás...

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Capa do folder de divulgação do Projeto
| FOTO e ARTE: © Daniel De Granville, 2006 |




Na semana que passou completaram-se 6 meses desde que embarquei para a Alemanha no Projeto “Macunaíma Besucht Bayern”, onde quatro artistas brasileiros foram selecionados e viajaram a convite da Secretaria de Cultura de Munique para expor seus trabalhos naquele país.

Ao rever o Fotograma Blog, percebi que ainda não havia apresentado os demais integrantes da equipe, incríveis amigos que tornaram este projeto mais incrível ainda – portanto, aí vai, como forma de celebrar a passagem desta data (textos extraídos do material de divulgação original produzido pelos coordenadores do Projeto, Andréa Junqueira e Vinícius Dessoy, da Casa do Brasil e.V.):



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Scholles, Flávio
O artista plástico Flávio Scholles é descendente de migrantes alemães e nasceu no ano de 1950 no Rio Grande do Sul. Em 1973 ele concluiu seus estudos de Arte na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo. A vida dos imigrantes alemães no Brasil é a matéria prima para as obras do artista gaúcho. Flávio assume sua identidade e tenta desta forma preservar um pouco da cultura alemã no Brasil. Foi assim que no ano de 1975 ele lançou uma série sobre sua história e sua familía, que representava também a forma de vida da maioria das famílias na região do Vale do Rio dos Sinos. A Colônia, o Êxodo e a Cidade são algumas das fases da história da região representadas em suas telas, que mostram através de uma escolha consciente de diferentes estilos – cubista, construtivista entre outros – o cotidiano e as tradições dos teuto-brasileiros. Desde os anos 70, Flávio apresenta seus trabalhos em diversas exposições no Brasil e no exterior, entre elas no ano de 1998 na galeria “Artshow Avalon” nos EUA e em 2002 uma exposição individual no projeto “Art on Cows” em Luxemburg.
Para maiores informações sobre Flávio Scholles e seus trabalhos visite www.fscholles.com.br



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Valmon
Valmon Rodrigues da Silva, nascido em 1967 no Rio de Janeiro, é não somente escultor,
como também excelente músico e compositor. Valmon começou a esculpir as suas fantasias e sonhos aos seis anos de idade com um material chamado „tabatinga“, que existia com muita fartura nos fundos do quintal de sua casa, mais tarde descobriu sua paixão e talento pela música. Para confeccionar as esculturas Valmon utiliza madeira, argila, poliepóx, papel, pedras, arames, além de muita inspiração e outros objetos que encontra em lugares especiais durante suas viagens pelo Brasil e pela Europa. As esculturas que têm como tema aspectos sociais, fantasias, sonhos, espiritualismo e MPB, são únicas e expressam com sensibilidade e autenticidade o caráter e o sentimento do artista. Valmon vem apresentando seu trabalho como escultor e músico no Brasil e na Europa em diversos eventos culturais. No ano de 2002 suas esculturas foram expostas na „Alte Brauerei Stegen“ no Ammersee, na Alemanha.
Para saber mais sobre seus trabalhos, visite www.valmonmusic.com



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Savastano, Rodrigo (“Dido”)
O jornalista carioca Rodrigo Savastano produziu por seis anos as mostras independentes mais representativas da cidade, como a "Mostra o que neguinho tá fazendo" e o "Atacadão dos Filmes". Também é curador da Mostra do Filme Livre, festival de Cinema independente no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) do Rio de Janeiro. Foi professor de audiovisual em ONGs que trabalham em comunidades carentes como o Ceasm, na Favela da Maré, a CUFA (Central Única das Favelas) em Madureira e a ONG Ação da Cidadania, em Santa Teresa. Atualmente, trabalha como editor audiovisual, tendo montado mais de 70 trabalhos entre documentários, institucionais, programas de TV e filmes independentes, e com eles ganho diversos prêmios. Seu ultimo curta, "Mestre Humberto" ganhou o premio de público do Festival “Brasil Plural 8” e no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, entre outros, e participa da Seleção Oficial da Competitiva Internacional e do Festival de Curtas Metragens de Oberhausen 2006.
Contato: rodrigosavastano@yahoo.com.br




FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Por último, mas não menos importante, o grande Junior Cardoso, que não era parte da equipe oficial, mas compartilhou conosco todos os momentos do projeto. Junior também é músico e forma dupla com o Valmon em suas apresentações.


Um grande abraço und liebe grüße a todos (incluindo todo o povo que ajudou um monte nos trabalhos)!

sexta-feira, setembro 08, 2006

Mais do que Turismo

Iguana ou Sinimbu, um dos maiores lagartos das Américas | FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Dentre as diversas vertentes do chamado turismo de natureza, algumas ganharam notável destaque nos últimos anos, resultando em programas que são conhecidos como “roteiros customizados” (ou “personalizados”). Devido a minha formação como biólogo, guia naturalista e fotógrafo, cada vez mais eu venho me dedicando a estes trabalhos, junto com os colegas da Hot Spot Brasil (cuja especialidade são atividades dentro da linha de ecoturismo, fotografia de natureza, expedições exclusivas, turismo científico e observação de aves).



Tenho sido constantemente solicitado para conduzir grupos com objetivos mais específicos do que simplesmente participar de passeios dentro de uma programação convencional, e foi assim que passei os últimos 20 dias no Pantanal, coordenando uma viagem de Estudo do Meio com alunos de 8a série do Colégio Santa Cruz, em conjunto com a Ambiental Expedições (ambas de São Paulo).

A programação de atividades é intensa e organizada de modo a despertar o instinto investigativo nos alunos. Ao realizarem as saídas a campo utilizando os meios tradicionais de se locomover pelo Pantanal, eles têm alguns objetivos pré-determinados a cumprir, além de coletar outras informações que julguem de interesse. Assim, o que é originalmente denominado “passeio” adquire contornos de pesquisa científica. Fazem censos de animais, análises de água e solos, estudos sócio-econômicos sobre a região, pesquisas sobre a vegetação. Ao voltarem para a pousada, concluem a saída a campo com elaboração de relatos de viagem, gráficos e desenhos esquemáticos, além de reuniões gerais para discutir o que observaram durante o dia.


Aluna coleta molde de pegada de animal em gesso | FOTO: © Daniel De Granville, 2005


No que depender do entusiasmo e seriedade com que estes alunos encararam as atividades, podemos manter a esperança de que o futuro do Pantanal pode estar garantido se ao menos uma parcela destes estudantes se tornarem profissionais que lutam pela conservação. É evidente o poder de sensibilização de tais viagens de estudo, e digo isto com conhecimento de causa – afinal, foi uma expedição como esta que me fez decidir pela Biologia como profissão.

FOTO: © Daniel De Granville, 2006