quinta-feira, dezembro 20, 2007

A última Galeria do ano!

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A última Galeria de 2007 é composta por 10 fotos que fiz este mês em dois Parques Estaduais paulistas: a Ilha do Cardoso e a Fazenda Intervales, onde desenvolvi meu bacharelado com morcegos em 1991.

Para ver as imagens, clique no box "GALERIA DO MÊS", localizado na coluna da direita da página principal do Fotograma. Caso tenha alguma dificuldade, por favor tente este link alternativo.


Feliz Ano Novo!.
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segunda-feira, dezembro 17, 2007

Um grande fotógrafo se foi...

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.Fritz Pölking (1936-2007) em ação no Pantanal
Foto: © Daniel De Granville, 1997


Na semana passada recebi a triste notícia sobre o falecimento do excelente fotógrafo de natureza Fritz Pölking, com quem tive o imenso prazer e privilégio de trabalhar quando ainda dava meus primeiros passos na fotografia, 10 anos atrás. Em 1997, o alemão Pölking passou uma temporada no Refúgio Ecológico Caiman (Pantanal de MS) produzindo imagens para seu acervo. Eu o acompanhei como guia e também pude fazer fotos, algumas das quais utilizando suas lentes.

Jacaré com filhotes, imagem feita durante
meu trabalho com Fritz Pölking
Foto: © Daniel De Granville, 1997


Os dias com o Sr. Pölking tiveram grande influência na minha escolha profissional e na maneira como fotografo hoje em dia, portanto sou muito grato a ele e tenho certeza de que seu talentoso legado será por muito tempo uma referência para a fotografia de natureza. Melhor do que palavras, suas imagens podem explicar melhor o que quero dizer.


Recado do Sr. Pölking...
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segunda-feira, dezembro 10, 2007

Do Leste ao Oeste ao Leste

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. Restinga florida na Ilha do Cardoso (SP),
com seus picos cobertos de Mata Atlântica ao fundo
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Acabo de voltar de mais uma temporada em campo, após cruzar o Brasil de leste a oeste e depois mais para o leste ainda, encerrando o ano da mesma forma que comecei: no mato!

Já que a passarada está toda querendo se mostrar, outubro e novembro foram meses de workshops sobre observação, fotografia e gravação de vida silvestre. Primeiro foi a oficina gratuita “Som, Imagem e Biodiversidade” que ministramos no SESC-SP, onde os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e utilizar em campo equipamentos e técnicas para apreciação de ambientes naturais. A seguir fomos até Corumbá (MS), na divisa com a Bolívia, fazer atividade com os funcionários da Mineradora Rio Tinto Brasil, que todo ano promove uma saída para contemplação de natureza na Estrada Parque Pantanal com apoio da Birdlife International.

Voando da fronteira para o litoral, como em uma improvável rota migratória, passei a última semana no Parque Estadual da Ilha do Cardoso com alunos de uma escola paulistana, auxiliando seus estudos e pesquisas ambientais. Entre tantas coisas interessantes, por lá encontramos as belas paisagens da restinga e uma família de quero-queros que ilustram este texto. O resultado fotográfico foi tão interessante que em breve teremos a última galeria de 2007 no Fotograma – aguardem!


Filhotes de quero-quero saem em passeio
sob o olhar atento de um dos pais
Foto: © Daniel De Granville, 2007

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terça-feira, novembro 27, 2007

Nova Galeria: Ecos de Aruanda

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.Foto: © Daniel De Granville, 2007


Tem foto nova no Fotograma! A Galeria do Mês de novembro/2007 traz um ensaio em sépia com fotografias realizadas durante as gravações do nosso documentário "Ecos de Aruanda", sobre religião e conservação ambiental.

Para ver as imagens, clique no box "GALERIA DO MÊS", localizado na coluna da direita da página principal do Fotograma. Caso tenha alguma dificuldade, por favor tente este link alternativo.
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quarta-feira, novembro 14, 2007

Saudades da Guavira...

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.Flor da guavira, planta da família das mirtáceas
Foto: © Daniel De Granville, 2003


Um aspecto especial da nossa flora é a diversidade e abundância de frutos comestíveis, que de forma semelhante aos sotaques podem ser características marcantes de determinadas regiões. Assim é com a uma saborosa frutinha nativa do centro-oeste da qual já falei em outras ocasiões: a guavira, parente das conhecidas goiabas, pitangas e jabuticabas. Não faltam provas de como esta planta é importante na cultura de Mato Grosso do Sul: devidamente homenageada pela violeira Helena Meirelles em seu CD “Flor da Guavira”, agora aproxima-se o Festival da Guavira, tradicional evento de resgate cultural realizado anualmente em Bonito e que celebra uma das plantas mais conhecidas da região.


A violeira Helena Meirelles (1924-2005)
Foto: © Daniel De Granville, 2000


Porém, segundo a Lista da Flora Ameaçada de Extinção com ocorrência no Brasil, da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN), algumas espécies de guavira podem desaparecer se não forem adotadas medidas urgentes de manejo. É importante ressaltar que a utilização desta planta nos moldes tradicionais não pode ser considerada como atividade sustentável. Afinal, os frutos são colhidos em grandes quantidades e não há preocupação em replantar as sementes, além do volume consumido pelo gado e da limpeza de campos (ambiente preferencial da guavira) para implantação de pastagens não-nativas. Conseqüentemente, há risco de que em médio prazo os estoques naturais deste fruto se esgotem, caso não sejam desenvolvidos trabalhos de conscientização e replantio de mudas.

Fica a sugestão de que o tema seja mais debatido em eventos como este, garantindo que a guavira propicie motivos para futuros festivais e muita inspiração a artistas como nossa falecida violeira.


Guaviras frescas e prontas para serem devoradas!
Foto: © Daniel De Granville, 2004

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sexta-feira, novembro 02, 2007

Aranhas no Jardim

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.Aranha-armadeira se irrita durante passeio no jardim de casa...
Foto: © Daniel De Granville, 2007




Em oficinas que temos ministrado sobre fotografia e observação de natureza, como as realizadas no Avistar 2007 e no SESC Pinheiros, sempre gosto de comentar como os assuntos que queremos fotografar podem estar mais perto do que pensamos. Tive mais duas boas experiências práticas nesta semana.

No jardim de casa temos algumas aves, como este beija-flor-tesoura, que aos poucos se habituaram a freqüentar os bebedouros colocados na varanda. Cada dia que passa percebo o quanto estão tolerando minha aproximação cuidadosa, sem se importar tanto com minhas lentes como antes. Daqui pode-se tirar uma primeira lição: ao contrário do que podemos imaginar, locais onde há mais gente – próximo a sedes de fazendas, trilhas turísticas, casas e pousadas – fotografar aves e outros animais pode ser mais fácil do que em localidades remotas e pouco visitadas. Ou seja, nem sempre aquele lugarzinho especial, onde quase ninguém vai, lhe oferece as melhores oportunidades para fotografar fauna, pois os bichos tendem a ser mais arredios.

O outro aprendizado vem da aranha-armadeira que apareceu no mesmo jardim dois dias atrás. Um olhar atento a pequenos detalhes, mesmo em um lugar onde você passa todo dia, é fundamental para encontrar ótimos temas a fotografar – além de ajudá-lo a evitar uma dolorida picada...


Beija-flor-tesoura mostra a língua pro fotógrafo
Foto: © Daniel De Granville, 2007

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quinta-feira, outubro 18, 2007

Nos Domínios de Oxóssi

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.Concentração e Fé
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Religião, educação ambiental e conservação se encontram na Serra do Japi, onde estamos desenvolvendo um trabalho de pesquisa para a pós-graduação em Jornalismo Científico. Escolhemos um tema interessante por ser controverso, aparentemente cheio de dúvidas e preconceitos: as oferendas deixadas por adeptos da Umbanda em áreas naturais (matas, rios e cachoeiras) e seus possíveis impactos sociais e ambientais.


No Ritmo da Mata
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Na semana passada, durante dois dias acompanhamos os trabalhos de um dos grupos de Umbanda da região para colher informações, imagens e depoimentos. Dentro de algumas semanas o estudo deve estar finalizado, e seus resultados serão divulgados aqui no FotogramaBlog. Aguarde!


Devoção
Foto: © Daniel De Granville, 2007

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quinta-feira, outubro 11, 2007

Som, Imagem e Biodiversidade

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.Uma das imagens em exposição
no SESC Pinheiros até o final do mês

Foto: © Daniel De Granville, 2007



Neste mês de outubro estarei apresentando uma exposição fotográfica e uma oficina no SESC Pinheiros, em São Paulo. Ambas de graça!

A exposição digital consiste de 32 fotografias de minha autoria mostrando animais brasileiros, e ficará no ar entre os dias 05 e 31 na sala de Internet Livre do SESC Pinheiros.

A oficina, denominada “Som, Imagem e Biodiversidade: técnicas e equipamentos para apreciação de ambientes naturais”, acontece nos dias 24, 27 e 31. No dia 24 (quarta-feira) à noite será feita uma apresentação teórica e prática; na manhã do dia 27 (sábado) vamos atrás dos bichos no Campus da USP e na próxima quarta (31) à noite encerramos a oficina com análise sobre o que produzimos na saída de campo.

As inscrições - gratuitas! - devem ser feitas pessoalmente no balcão Internet Livre do Sesc Pinheiros (Rua Paes Leme, 195 – São Paulo) ou pelo telefone (11) 3095.9492 – este é também o número para maiores informações.

Espero te ver por lá!


Gravação de sons naturais será um dos temas
em destaque durante a oficina

Foto: © Tietta Pivatto, 2005
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quinta-feira, outubro 04, 2007

Amigos da Onça

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.Pesquisadora do Projeto Arara Azul
examina filhote com 40 dias de vida.
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Eu vi um tamanduá-bandeira – aliás, um não: três. E vi ariranhas. E bugios. Além de tatus, lobinhos, quatis, queixadas, catetos, macacos-prego, cotias, veados, cervos, capivaras, antas, tapetis, morcegos, tamanduá-mirim... E não foi no zoológico, mas sim na melhor área do Brasil para se observar animais silvestres em seus ambientes naturais.

Nos últimos dias estive no Pantanal com clientes que se destacam pelo trabalho em entidades internacionais de conservação ambiental. Como praticamente todos visitantes que vão à região, eles ficaram fascinados com a diversidade de fauna que encontramos. Em menos de 3 dias, sem fazer muitos esforços, vimos 18 espécies de mamíferos, mais de 100 espécies de aves e várias centenas de jacarés. Passando pela região de Bonito, arrematamos a lista com os peixes do Rio da Prata.

O sol tenta aparecer em meio à densa fumaça
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Tudo ótimo, não fossem as queimadas... Já tinha falado sobre elas há alguns dias aqui no FotogramaBlog, mas agora pude conferir pessoalmente. O sol nasce e se põe parecendo uma fraca bola de fogo, escondido pela cortina de fumaça (expressão que, neste caso, ganha um assustador duplo sentido). Aliás, QUASE nasce e se põe, pois quando está perto do horizonte já desaparece atrás da névoa de biodiversidade torrada. É muito ruim a sensação de acordar no meio da madrugada com um forte cheiro de fumaça dentro do seu quarto!

Mas para encerrar este texto com uma mensagem otimista, vale destacar a ótima experiência que tivemos ao visitar os projetos de conservação de fauna cujas bases ficam no Refúgio Ecológico Caiman: O Projeto Arara Azul, responsável por pesquisar o maior psitacídeo do mundo, e o Projeto Onça Pintada, que desenvolve estudos com o animal mais fascinante da nossa fauna!


Família de queixadas busca as últimos áreas onde ainda tem água
Foto: © Daniel De Granville, 2007

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terça-feira, setembro 25, 2007

Morte por Eletrocução


ATUALIZAÇÃO DE 17.OUTUBRO.2007:
MATÉRIA NO JORNAL NACIONAL (REDE GLOBO)

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. Tuiuiú morre ao bater em fios elétricos na Estrada-Parque Pantanal (MS)
Foto: © Eik Sorgi, 2007
(USO PERMITIDO PELO AUTOR
)


Há um ano postei aqui no FotogramaBlog um texto sobre a questão dos atropelamentos de fauna nas estradas do Pantanal. E há quase 10 anos a Revista Veja publicava reportagem com tema semelhante, acrescentando a mortalidade de aves por eletrocução nas redes elétricas que acompanham estradas pantaneiras.

Esta semana o assunto voltou às minhas lembranças, pois o colega Eik Sorgi, estudante de Biologia da Universidade Estadual de Londrina, enviou o incrível e chocante registro fotográfico de um tuiuiú no exato instante em que morria eletrocutado nos fios da Estrada-Parque do Pantanal (MS). "Estávamos maravilhados com a presença de vários tuiuiús forrageando bem a nossa frente, mas o que queria mesmo era fotografá-lo voando. Foi aí que avistei um tuiuiú ao fundo, fui o seguindo com a camera até que de repente ele encosta nos fios e, por sorte, apertei o botão de disparo. Foi uma cena muito triste e revoltante. Depois do ocorrido notamos que vários tuiuiús passam muito perto dos fios e com certeza muitos devem morrer assim", diz Eik.


Como em breve – 05 de outubro – comemoraremos o Dia da Ave, nunca é demais alertar sobre a questão. A lógica é simples: quando o Pantanal seca, as últimas áreas que ficam com água empoçada são as beiras das estradas, cujas pistas foram elevadas utilizando material retirado de suas laterais – as chamadas “caixas de empréstimo”, que ficam mais profundas em comparação com o terreno ao redor. As aves e outros animais concentram-se nestes lugares à procura de água e alimentos como peixes, caranguejos e caramujos aquáticos. Um espetáculo excelente para os turistas, que têm a oportunidade de ver grandes bandos de tuiuiús, cabeças-secas, colhereiros e outros bichos - mas ao mesmo tempo uma armadilha mortal para alguns deles. Quando não são atropelados por motoristas que desrespeitam limites de velocidade, podem estar condenados a morrer torrados na rede elétrica.

Na Rodovia Transpantaneira (MT), encontraram uma solução relativamente simples e barata para o problema: já que as aves morrem quando as pontas de suas asas tocam dois fios ao mesmo tempo, o jeito foi aumentar a distância entre eles. As cruzetas dos postes, que originalmente tinham três fios alinhados no topo (como uma letra “T”), foram movidas para que os dois fios das extremidades ficassem mais baixos com relação ao fio do meio, formando uma espécie de triângulo (veja nesta foto). A mortalidade de aves diminuiu bastante após estas modificações. Fica a dica para os responsáveis pela manutenção das redes elétricas nas estradas do Pantanal Sul-mato-grossense.



Concentração de aves e jacarés ao longo da Rodovia Tanspantaneira (MT)
Foto: © Daniel De Granville, 2003

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terça-feira, setembro 18, 2007

Respire Mais, Polua Menos

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.Qual é melhor: uma sombra solitária...
Foto: © Daniel De Granville, 2007


No final desta semana teremos dois eventos importantes para o meio ambiente: na sexta-feira (21 de setembro) o Brasil comemora o Dia da Árvore, e no sábado (22) acontece o Dia Mundial Sem Carro.

Então que tal aproveitar este fim de semana para sair a pé ou de bicicleta, fotografar a natureza, sentar debaixo de uma bela árvore e fazer um piquenique? Dê uma folga para o seu carro, que passa o ano todo trabalhando para você. Este simples gesto serve para dar um alívio não só a ele, mas também às plantas que acabam sofrendo com os poluentes emitidos diariamente pelos automóveis.


... ou milhares de copas unidas?
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Lembre-se que, enquanto entre 2002 e 2006 o número de veículos cresceu oito vezes mais do que a população na cidade de São Paulo, pouco resta da Mata Atlântica que existia originalmente sobre o que hoje é a metrópole mais poluída do país.

Quer mais sugestões? Dê uma pesquisada rápida no Blackle que você vai encontrar um monte de programas bacanas e de graça para fazer mundo afora neste fim de semana – sem carro...


(Só confirmando :-)
Foto: © Daniel De Granville, 2007
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quinta-feira, setembro 13, 2007

Queima de Estoque

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.Queima a Floresta Amazônica...
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Todo ano é a mesma coisa: a imprensa faz alarde, as autoridades prometem providências, os proprietários de terras se eximem da responsabilidade. A culpa é da estiagem, problema de São Pedro e Iansã... Daí logo vêm as chuvas, a situação melhora e o assunto cai em esquecimento.


... queima o Cerrado...
Foto: © Daniel De Granville, 2003


Segundo dados do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – foram registrados 16.592 focos de incêndio no Brasil em agosto, um aumento de 30% na área de florestas queimadas em relação ao ano passado. O coordenador do Prevfogo - Sistema Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Elmo Monteiro, afirma que 2007 está sendo considerado o “ano do fogo”. Parece coisa de horóscopo chinês, mas é tão triste que nem dá vontade de fazer jogo de palavras...


... o Pantanal...
Foto: © Daniel De Granville, 2002


Não são só as florestas que estão sofrendo. O bioma do Cerrado é o mais atingido, com destaque para o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, onde quase 60% já foram queimados. Realmente, uma enorme queima de estoque. Vão-se as árvores, torram-se os animais, evapora-se a biodiversidade. E, é claro, somem os turistas. Afinal, quem quer viajar de férias para ver cenas tão hediondas?

Como se isto já não bastasse, o homem sofre sem às vezes nem perceber: crises respiratórias, acidentes nas estradas, pousos e decolagens canceladas nos aeroportos, tudo devido à fumaça. Mas não tem problema, daqui uns dias chove e tudo volta a ser o que era. Pelo menos até o próximo ano...

acompanhe o monitoramento das queimadas em tempo real


... e por fim queima a Mata Atlântica.
Foto: © Daniel De Granville, 2007
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terça-feira, setembro 04, 2007

Sangue de Fotógrafo
(ou: "Buscando as Raízes")

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.Capa de 1948 da extinta Revista Iris,
o primeiro periódico brasileiro sobre fotografia


Em recente visita familiar tive a oportunidade de conversar com tios e primos sobre um assunto que eu já sabia, mas não lembrava em detalhes. Meu avô paterno Eudóxio Marques Manço, falecido em 1978, dedicou boa parte da sua vida à fotografia profissional, tendo sido o idealizador do Cine Foto Clube de Ribeirão Preto (SP).


Levando meu pai como assistente, fotografava casamentos e outros eventos, além de produzir fotos de paisagens das quais ao menos uma foi premiada em concurso (detalhes em breve). Além de fotógrafo, meu avô Eudóxio foi orquidófilo e músico (flautista) na Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto.

Em um velho álbum de fotografias da época, além de imagens de sua autoria que aos poucos pretendo digitalizar, encontramos os manuscritos de um projeto de ampliador fotográfico e um exemplar de 1948 da Iris - Revista Brasileira de Foto, Cinema e Artes Gráficas.

Acho que isto explica muita coisa sobre mim...


Cópia de manuscritos originais do meu avô,
presumidamente datados de 1948,
com o projeto de um ampliador fotográfico.

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terça-feira, agosto 28, 2007

Fotografando Coisas Diferentes

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.Foto: © Daniel De Granville, 2007



Em novembro passado eu postei aqui um texto sobre minhas experimentações fotográficas em estúdio, clicando alimentos. Pois agora voltei à carga, no primeiro trabalho local que estou desenvolvendo após me mudar para a região de São Paulo.

Fui convidado a preparar um ensaio com fotos de alimentos em preto e branco para serem expostas em um dos ambientes da Jundiaí Decor – evento de arquitetura, decoração e paisagismo onde vários profissionais da área recebem o “desafio” de revitalizar um imóvel antigo.

Estas imagens serão utilizadas para decorar a cozinha de uma residência tradicional da cidade, a cargo da arquiteta local Marcia Campos. A Jundiaí Decor 2007 acontecerá de 15 de setembro a 28 de outubro.



Foto: © Daniel De Granville, 2007




Foto: © Daniel De Granville, 2007
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terça-feira, agosto 21, 2007

Pantanal: Galeria 2007

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. "Venha visitar a gente!"
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Está no ar a minha primeira galeria de fotos do Pantanal neste ano, após a nossa mudança para a região de São Paulo. As imagens foram tiradas em julho e agosto, o auge da estação seca na região. Bom proveito!

quinta-feira, agosto 09, 2007

Passarada por toda parte

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. Arara-azul faz seu banquete de inverno no Pantanal
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Inverno acabando, é hora da bicharada começar a se preparar para o período reprodutivo. Aves, mamíferos, répteis, anfíbios, insetos – enfim, a turma toda que estava meio escondida do frio – começa a dar as caras. De agora até os próximos meses a gente passa a ouvir e ver mais bichos nas matas, campos e cidades.

Na esteira deste “despertar coletivo”, duas reportagens publicadas em revistas brasileiras nas últimas semanas (ambas com fotos de minha autoria) falam sobre a fauna – mais especificamente sobre livros e aves.

A edição de julho da Revista Ciência e Cultura, publicada pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), traz artigo sobre os guias de campo, livros utilizados para identificação de fauna e flora em áreas naturais. O texto é do colega de Labjor Murilo Alves Pereira. Já a Revista Globo Rural (Editora Globo) de agosto tem uma matéria especial de 10 páginas sobre observação de aves, assinada por Sérgio Túlio Caldas.

E, ainda falando das aves, colaborei com fotos em mais um material de divulgação, desta vez para o Avistar 2008 (a terceira edição do já consagrado Encontro Brasileiro de Observação de Aves). Na semana que vem, nosso amigo e idealizador do Avistar, Guto Carvalho, estará participando do Birdfair 2007, o mais importante evento de observação de aves do mundo! E viva os passarinhos...


"Tá olhando o quê?!"
(Sabiá Laranjeira no Pantanal)
Foto: © Daniel De Granville, 2007
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quarta-feira, agosto 01, 2007

A Onça de 12 Metros!

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. Layout inicial do painel criado pela Competence...
(Foto: © Daniel De Granville, 2007)



A Agência Competence (PR) acaba de criar e produzir para a Itaipu Binacional um outdoor em Foz do Iguaçu com uma foto minha da onça-pintada. O mega-painel, com 12 x 7 metros, faz parte do material de divulgação para o Refúgio Biológico Bela Vista. Portanto, se um dia você estiver passando passar por lá... Cuidado com a "minha" onça!


... e o resultado final do outdoor
instalado em avenida de Foz do Iguaçu (PR)
(Foto © Maikel Silva / Competence, 2007)



(Isto me fez pensar sobre a “guerra dos megapixels” travada no mercado de câmeras fotográficas digitais. Parece que há um certo exagero em se achar que depois de alguns meses a sua nova câmera de 6, 8 ou 10 megapixels se tornou “obsoleta”, como podem tentar te fazer acreditar... Obviamente, uma maior resolução permitirá impressões maiores com menos interpolação, e mais possibilidades de cortes na imagem, mas quanto isto realmente vale?)


* A foto da onça foi tirada com uma câmera Canon EOS 30D
e objetiva Canon EF 100-400mm f/4.5-5.6L IS USM *
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quinta-feira, junho 28, 2007

O pássaro madrugador

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.Foz do Iguaçu (Brasil)
O céu carregado acrescentou dramaticidade à cena
Foto: © Daniel De Granville, 2007


"O pássaro madrugador pega a minhoca”, diz o ditado original em inglês, que no português tem o equivalente “Deus ajuda quem cedo madruga”.

Um dos fundamentos para quem faz fotografia de animais silvestres ou paisagens é sempre acordar e começar a trabalhar em campo muito cedo. Primeiro, porque a melhor iluminação natural para estes tipos de fotografia acontece quando o sol está bem próximo do horizonte, emitindo uma luz inclinada e suave que ilumina o objeto de maneira uniforme, sem sombras ou contrastes muito fortes. Em segundo lugar – e tão importante quanto – é o fato de que os animais estão mais ativos nestes horários, principalmente nas primeiras horas da manhã.

Mas, ao contrário do que os iniciantes costumam pensar, a experiência e as leituras sobre fotografia me ensinaram que em muitas ocasiões um dia com céu encoberto pode ser igual ou melhor do que um dia ensolarado para se fotografar natureza. Fotos dentro da mata fechada, em especial, ficam muito melhores quando feitas em um dia sem sol. A camada fina de nuvens funciona como um enorme difusor natural de luz, semelhante ao acessório utilizado em fotografia de estúdio para atenuar sombras. Desta forma, fica eliminado o problema da luz “dura” no meio do dia (lembrando que em menores latitudes, conforme comentei em postagem recente, a luz “boa” do sol direto costuma durar muito pouco).

Com o tempo o nosso olhar fica condicionado a perceber quando a luminosidade natural está ideal. Assim como muito sol é ruim, muitas nuvens carregadas podem deixar o ambiente escuro demais e as cores sem vida. E se você estiver fotografando paisagens onde a linha do horizonte aparece, um céu cinzento não dá resultados satisfatórios. Aí o jeito é mesmo esperar pelo dia seguinte…


Igarapé na Amazônia, Pará
A nebulosidade deixou a luz suave e uniforme
Foto:© Daniel De Granville, 2007
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domingo, junho 17, 2007

Lar Doce Lar

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.Serra do Japi
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Desde cerca de um mês atrás nós saímos da região do Pantanal e Bonito (Mato Grosso do Sul), onde vivi e fotografei por quase 13 anos, para uma nova etapa morando ao lado da Mata Atlântica, no Estado de São Paulo.

Estamos na Serra do Japi, um importante remanescente de Mata Atlântica 40 km ao norte da cidade de São Paulo, protegido por diversos mecanismos legais e pela consciência ambiental de muitos de seus moradores. A lista de aves da região contabiliza cerca de 235 espécies, das quais já vimos mais de 50 sem nem sair de casa!

Em breve, novos projetos de trabalho – um novo ambiente, novas paisagens e espécies da fauna e da flora esperando para serem observadas e fotografadas!


Lar, doce lar!
Foto:© Daniel De Granville, 2007
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terça-feira, junho 05, 2007

Domingo no Parque

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. "Eu odeio esses paparazzi!"
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Após alguns meses sem atualização, finalmente vai ao ar a nova Galeria do Mês do Fotograma, com uma seleção das melhores fotos de animais em cativeiro feitas por mim no Tierpark Hellabrunn (Zôo de Munique), no Refúgio Bela Vista e Parque das Aves (Foz do Iguaçu) e no Zoológico de São Paulo (estas últimas realizadas durante atividade prática do curso sobre fotografia de aves que ministrei no Avistar 2007).

Confira as fotos!

Apesar de não ter quase nada do glamour e dos saudáveis desafios oferecidos pela fotografia da vida selvagem em ambientes naturais, fotografar em zoológicos pode ser uma experiência bem interessante e divertida. O fato dos animais estarem totalmente habituados à presença humana e em locais urbanos de rápido acesso torna o trabalho do fotógrafo muito mais fácil sob vários aspectos. Além disto, a presença de espécies de todos os continentes em uma só área oferece oportunidade quase inexistente para a maioria dos fotógrafos de natureza, de registrar bichos cujo local de origem fica a muitos quilômetros, dias e dólares de distância.

As dificuldades ficam por conta de conseguir compor uma cena interessante de um animal dentro de um recinto artificial e ao mesmo eliminar da foto objetos que denotem o local onde eles estão, como grades, vidros, madeiras serradas, gramados aparados, paredes e pisos de concreto. O movimento intenso de público também exige do fotógrafo acostumado à tranqüilidade da mata uma boa dose de criatividade e paciência.

Independente dos resultados finais, mesmo que se consiga uma imagem com cenário muito próximo do ambiente natural, é eticamente recomendável indicar na legenda da foto (ou mencionar aos interessados em saber detalhes) que se trata de imagem produzida em cativeiro.
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sexta-feira, maio 25, 2007

Os Sóis

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. “Há bem mais sóis crestando entre as estrelas” Mestre Ambrósio




Muitas vezes é difícil para “não-fotógrafos” entenderem as necessidades e exigências profissionais envolvidas em um bom trabalho fotográfico. Algo que em primeira análise parece preciosismo ou frescura pode acabar fazendo a diferença entre uma foto razoável, boa ou ótima. No caso específico de fotografia de natureza, saber aproveitar a melhor luz – no início da manhã e no final da tarde – é de longe o fator mais importante. Então, quando você depende de outras pessoas para chegar ao local onde vai fotografar, um pequeno atraso dela ou outro imprevisto podem estragar a sua seção fotográfica. E foi um fato assim que inspirou a foto de abertura deste texto.

Em uma postagem anterior eu comentei sobre como me sinto quando estou em campo a trabalho, da ansiedade gerada pela necessidade de se obter boas imagens dia após dia. Os prazos são curtos e sempre há muito pra se fotografar lá fora. Quando algo não funciona como planejado e eu me vejo dentro de um carro na estrada, enquanto a luz dourada do final da tarde vai acabando, bate uma certa aflição. Afinal, naquele exato momento eu deveria estar no meio de um cenário natural merecedor daquela luz, e não olhando o sol descer por entre os carros e o asfalto. Daí, na hora do desespero, fico procurando qualquer coisa que valha a pena fotografar para não deixar aquele instante passar em branco. Geralmente estas fotos ficam uma porcaria, mas às vezes sai algo interessante. E foi assim que vi o reflexo do sol pelo espelho retrovisor e o reflexo do reflexo no vidro lateral do carro...

PS.: Cabe lembrar que no Pantanal e na maioria das regiões brasileiras esta luz especial dura muito pouco, em comparação com outros lugares de latitudes maiores. Percebi isto claramente quando fotografei na Alemanha durante o inverno, onde a inclinação do sol me enganou e eu me peguei fotografando paisagens às 11 horas da manhã – um horário que, no Brasil, eu jamais me atreveria a tentar alguma boa imagem de ambiente externo.
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sexta-feira, maio 04, 2007

Menção Honrosa - Melhor Fotografia!

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Marreca-irerê (Dendrocygna viduata)
Menção Honrosa na Categoria Melhor Fotografia
Foto: © Daniel De Granville, 2007


Acabo de receber e repasso a ótima notícia: esta foto, que tirei em Belém (PA) no início deste ano, acaba de receber Menção Honrosa na categoria “Melhor Fotografia” do Concurso Avistar Itaú BBA de Fotografia "Aves Brasileiras", que teve quase 5.000 imagens inscritas! Uma ótima maneira de iniciar um bom fim de semana!

quinta-feira, abril 26, 2007

"Um dia da Caça..."

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.Se ela fez isto com esta pobre ave poucos minutos depois,
o que teria acontecido comigo caso ela acertasse o bote?!
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Lembram-se daquela postagem do mês passado, onde entre outras coisas eu contava sobre uma mãe jacaré que estava tentando fotografar? Pois hoje este fotógrafo teimoso decidiu arriscar novamente ir atrás dos filhotes, desta vez “um pouco mais perto”, pra pegar detalhes de um deles sozinho. Mas agora, talvez de mau humor com o clima chuvoso e frio que está arruinando minhas saídas fotográficas, a dita cuja (que aparece na foto aí em cima) não estava tão tolerante como antes... e decidiu me dar um bote enquanto eu estava deitado no barranco do seu brejo, a uns 50 cm do bebê. Mas peraí, dona, quem devia estar mal humorado com o clima sou eu!

Por sorte a experiência no Pantanal me ensinou a sempre ficar atento com esses bichos, então nada demais aconteceu (fora a inevitável descarga de adrenalina). Então hoje o "caçador de imagens" quase vira caça, só pra fazer jus ao ditado popular. Pena que eu não estava com a câmera apontada para ela - tenho certeza de que aquele bocão cheio de dentes pontudos se aproximando renderia umas imagens bem bacanas.




Sucuri devora uma marreca em Bonito (MS) - cenas como esta
demandam muita paciência, persistência, conhecimentos
e uma boa dose de sorte por parte do fotógrafo.
Foto: © Daniel De Granville, 2005



COMENTÁRIO FINAL:
Uma leitora assídua do FotogramaBlog escreveu comentando que este texto parecia contribuir para a imagem de terror que muitas pessoas têm destes animais. Concordei com ela, e portanto julguei importante acrescentar que tanto o jacaré como outros bichos estigmatizados como feras terríveis – sucuri, onça, morcegos, tubarões – apenas fazem o seu papel na natureza. Nenhum bicho ataca seres humanos de graça, o fazem apenas quando são ameaçados por nós ou em raros casos de desequilíbrios ecológicos causados por nós próprios.

O jacaré tentou me assustar pois para ele eu representava uma ameaça mortal para seu filhote. É bom lembrar que devemos sempre ter uma postura ética e de respeito para com os assuntos que gostamos de fotografar – e isto é tema para uma próxima postagem.


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quarta-feira, abril 18, 2007

"Todo dia era dia de índio"

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Índios Guarani da Reserva Indígena “Tekoha-Añetete”
(“terra prometida”), no Oeste do Paraná.
Foto: © Daniel De Granville, 2007



Hoje no FotogramaBlog, apenas uma postagem rápida para homenagear nossos povos indígenas neste 19 de abril, Dia do Índio.

>>saiba mais


(Na próxima semana volto a Foz do Iguaçu para concluir meus trabalhos fotográficos com a Itaipu Binacional. Mais novidades em breve!)

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