sexta-feira, outubro 29, 2010

Photo in Natura Made in China!

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Sucuri mostra a cara para o fotógrafo
Foto: © Shaowen Lin, 2010



Depois das fotos publicadas no Japão em setembro último, aqui estamos novamente às voltas com o continente asiático. A história das sucuris já rendeu ao menos uma publicação, escrita por Shaowen Lin, um dos integrantes da equipe com quem trabalhei na expedição pelo Brasil em agosto.



Página de abertura da matéria sobre a
aventura com as sucuris na Outside China
(clique na imagem para ampliar)

A matéria saiu na edição de outubro de 2010 da revista Outside, versão chinesa. A Outside Magazine é originalmente uma publicação dos Estados Unidos, considerada uma das mais importantes revistas sobre estilo de vida ao ar livre do país. Porém, o mais curioso é que a edição chinesa tem tiragem maior do que a estadunidense!

Página da matéria com grande destaque
para Bonito e a Photo in Natura.
(clique na imagem para ampliar)

É o objetivo do trabalho da Photo in Natura – fomentar e divulgar o interesse em conhecer e conservar nossa natureza, sempre com respeito ao meio ambiente – sendo cumprido em mais uma parte do planeta.


(Caso ainda não tenha assistido, veja o vídeo desta aventura!)

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terça-feira, outubro 26, 2010

México

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Sítio arqueológico de Teotihuacan.
Foto: © Daniel De Granville, 2010

Sempre vou preferir uma expedição a ambientes naturais do que qualquer outro tipo de viagem. Mas, claro, quando estamos a trabalho, não é o caso de ficar escolhendo destino. Além do mais, conhecer as maravilhas dos povos pré-colombianos do México soava muito bom.

Sítio arqueológico de Mitla, Oaxaca.
Foto: © Daniel De Granville, 2010


Foi assim que acabei indo passar 10 dias no país guiando um grupo de estudantes secundaristas de São Paulo. Vistamos as regiões da Cidade do México, Puebla e Oaxaca, conhecendo sítios arqueológicos famosos como Teotihuacán, Monte Albán e Mitla, além de belas paisagens dominadas por cactos e vulcões.


Vulcão com neve no Pico de Orizaba (ou Citlaltépetl),
a montanha mais alta do México, com 5.636 metros.
Foto: © Daniel De Granville, 2010

Não era uma viagem com objetivo de fotografar, mas mesmo assim consegui produzir alguma coisa. Confira algumas das fotos aqui no blog, e uma galeria completa com as minhas 16 preferidas estão neste link do Facebook (link público, disponível mesmo para quem não participa desta rede social). Bom proveito : -)

Mandando ver num taco de chapulines com guacamole -
ou, traduzindo, gafanhotos tostados com creme de abacate.
Foto: © Daniel De Granville, 2010
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domingo, outubro 03, 2010

Expedição 2010, Parte 4:
Botos na Amazônia

VEJA AS OUTRAS PARTES DESTA HISTÓRIA
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Um par de botos-cor-de-rosa nas águas turvas do Rio Negro.
Foto: © Daniel De Granville, 2010

Nossa viagem chegava à última etapa, teoricamente a mais fácil, pois – ao contrário dos destinos anteriores – tínhamos a certeza de que os animais estariam lá. Procurar aleatoriamente botos-cor-de-rosa nos rios amazônicos, mais ou menos como havíamos feito com as sucuris e arraias, é uma opção improdutiva e inviável. A imensidão dos corpos d’água, associada à turbidez natural (a visibilidade raramente passa de dois metros), tornam a tarefa praticamente impossível, a não ser que se organize uma expedição com muito tempo disponível, orçamento generoso e equipes grandes de trabalho, o que não era o nosso caso. Assim, optamos por um dos locais onde os botos habituaram-se gradualmente a aproximar-se de humanos, sendo atraídos com peixes*, e sua presença era praticamente garantida.

Boto mergulha sob os raios de sol em uma lagoa amazônica.
Foto: © Daniel De Granville, 2010

Até aí tudo bem, mas em que condições? Apesar de termos escolhido a dedo o local onde iríamos passar os próximos dias fotografando, com base em conversas com vários profissionais e levantamentos minuciosos que fiz previamente, nunca dá para prever todas as situações e adversidades. Alguns dos mais experientes fotógrafos de natureza com quem trabalhei adotam o seguinte lema (meio pessimista, mas realista): “hope for the best but expect the worst” (“desejando o melhor, mas esperando o pior”). Pode ficar nublado, pode chover, a água pode ficar suja, os bichos podem decidir não aparecer, o equipamento pode pifar, pode chegar uma leva de turistas para passar o dia todo no local, etc, etc... Se tudo desse certo, os quatro dias programados seriam mais do que o suficiente para fazer um bom trabalho. Mas, como reza a famosa Lei de Murphy: "Se alguma coisa pode dar errado, dará." :-)

O fotógrafo tem que ser rápido, pois com a água escura
os botos chegam de surpresa e o momento certo dura pouquíssimo...
Foto: © Daniel De Granville, 2010

Felizmente, só os prognósticos favoráveis se confirmaram, e assim passamos nossos próximos dias: no meio da Amazônia, mergulhando em águas turvas e quentes o suficiente para dispensar grande parte da parafernália necessária nos demais destinos que visitamos, como roupas de neoprene, cintos de lastro, cilindros de mergulho, etc. Não, a tarefa não foi tão fácil: a pouca visibilidade e a própria movimentação dos botos levantando sedimentos que turvavam mais ainda a água complicavam o trabalho. Mas, como você pode ver pelas fotos, conseguimos boas imagens. A viagem chegava ao fim, 21 dias depois do início em Bonito, e as demonstrações de satisfação de todos na equipe me deixavam com a certeza de que a missão fora cumprida. Hora de voltar para casa e começar a planejar a próxima viagem...

Os botos tornaram-se atrativo turístico
e fonte de renda para a comunidade.

Foto: © Daniel De Granville, 2010


*A questão de atrair animais silvestres com alimentos é sempre polêmica, mas neste caso alguns detalhes ajudam a entender melhor o contexto. Estes grupos de botos aproximam-se de barcos de pesca interessados nos peixes – que são parte de sua dieta natural – ou por simples curiosidade. Algumas pessoas das comunidades locais vislumbraram aí uma oportunidade e começaram a atraí-los até locais determinados, onde montaram estruturas para receber turistas interessados em observar e interagir com os animais. Hoje contam com o apoio de pesquisadores que orientam como a atividade de alimentação e interação deve ser feita visando o mínimo impacto – ou seja, sem torná-los dependentes exclusivamente deste alimento, sem alterar demasiadamente seu comportamento e garantindo que os turistas entendam e absorvam estes conceitos. Pode não ser o ideal, mas em uma região que ainda luta para se desenvolver, onde as opções de renda são limitadas e onde os botos sofrem muitas ameaças graves – como a caça para uso como isca ou remoção de partes de seus corpos para produção de amuletos e remédios populares -, esta forma de exploração turística se revela uma alternativa válida de sustento.


Rio, floresta e botos:
uma imagem que conta um pouco da história do lugar.

Foto: © Daniel De Granville, 2010
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