Esses dias estava na casa de meus pais dando aquela clássica fuçada nas prateleiras de livros, alguns velhos e outros muito velhos. Atlas geográfico da década de 1930, álbum de 1942 sobre índios do Brasil... e no meio deles o Manual do Zé Colmeia (curiosamente grafado assim mesmo, sem o acento no ditongo, já em conformidade com o acordo ortográfico que chegaria 32 anos mais tarde). Se você é bom de fazer contas, já entendeu que o tal manual é de 1977.
Falando de coisas como biomas do planeta, animais e plantas destes ambientes, jogos, lendas com bichos, fitoterapia e até dicas sobre como fotografar a floresta, acredito que tenha sido meu primeiro contato com esses assuntos que até hoje fazem parte do meu dia-a-dia. Eu nem me lembrava mais dele, mas acredito mesmo que tenha sido influenciado por seu conteúdo.
Um exemplo? Na página 156, Zé diz que “saber fotografar significa saber ver o mundo que nos cerca, saber escolher um assunto, saber aproveitar a luz mais apropriada e o melhor enquadramento, o que não é nada fácil. A imaginação é muito importante na fotografia, e não só para tirar fotografias bonitas e originais. É que, às vezes, é preciso improvisar”. Alguém ousaria questionar essas sábias palavras?!
O livro termina assim, com uma mensagem do amigo urso: “quero apenas dar um recado, que tanto serve para nós como para as pessoas que lerem o nosso manual. Nós aprendemos juntos muitas coisas: ambiente, ecologia, fotossíntese, etc. Aprendemos também muitas coisas divertidas, muitos jogos e muitas curiosidades. O mais importante, porém, é que aprendemos como amar a natureza. Agora, é importante que isso não fique só aqui, no manual. Você tem que levar o que aprendeu para a sua vida, cuidando bem do verde. Chame os seus amiguinhos e junte-se a mim na Campanha pela Preservação da Natureza. Todos nós só teremos a ganhar com isso!”. Acho que eu entendi bem seu recado desde a primeira vez que o li, Zé Colmeia.
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"Repita comigo, seu urso: o sobrenome do seu primo
se escreve 'Colmeia' e não 'Colméééééééia'!"
Foto: © Daniel De Granville, 2008
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"Repita comigo, seu urso: o sobrenome do seu primo
se escreve 'Colmeia' e não 'Colméééééééia'!"
Foto: © Daniel De Granville, 2008
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