sexta-feira, outubro 06, 2006

Morte na Estrada

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Fêmea de Bugio (Alouatta caraya) com filhote
na região da Rodovia Transpantaneira (MT)


FOTO © Daniel De Granville, 2003



Esta semana, mais precisamente no dia 4 de outubro, foi celebrado o Dia Mundial dos Animais, que – não por acaso – coincide com o dia de São Francisco, considerado o santo protetor dos animais.

Há tempos eu tenho o projeto de montar nesta data uma exposição fotográfica e informativa itinerante, visando conscientizar os motoristas sobre o problema da morte de animais silvestres nas nossas rodovias – especialmente aquelas que cruzam ambientes naturais mais conservados, como o Pantanal. Desde 1999, venho sistematicamente colhendo registros fotográficos de bichos atropelados em estradas, e infelizmente não tenho encontrado grandes dificuldades em encontrar o tema principal para fotografar.

Enquanto a tal exposição não se concretiza, gradualmente o assunto tem ganhado destaque na mídia, e em agosto de 2005 eu recebi convite da National Geographic para publicar um artigo sobre o tema em seu site, coincidindo com a matéria sobre o Pantanal que saiu na mesma edição.

A principal inspiração para este meu trabalho veio da pesquisa desenvolvida entre 1996 e 1997 pelo biólogo Wagner Fischer, onde ele registrou a morte de 1.400 animais em um ano de estudos na BR-262, que corta o Pantanal Sul. Dentre as vítimas estão 88 espécies – várias das quais ameaçadas de extinção – incluindo jacarés, capivaras, lobinhos, tamanduás, tatus, várias aves (como seriemas e gaviões) e até onças.

Este é um assunto para se pensar muito a respeito, especialmente em sua próxima viagem por nossas estradas, lembrando que os animais podem não ser as únicas vítimas de um acidente como este.


Jovem Bugio (Alouatta caraya) atropelado na Rod. Transpantaneira (MT)
Foto finalista do Concurso Nacional de Fotografia "A Imagem do Meio Ambiente" (2006)


FOTO © Daniel De Granville, 2003
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