Manaus, uma da madrugada. Mais uma aventura – bem sucedida! – chega ao fim. Sentado em um confortável quarto de hotel, relembro bons e maus momentos destes 23 dias de expedição. Daqui a algumas horas pegaremos o vôo para São Paulo. Eu chego em casa logo, mas Amos Nachoum ainda tem um longo caminho a percorrer até San Francisco (EUA), onde fica apenas 5 dias e já parte para seu próximo destino: a costa do México, à procura de tubarões-brancos (aqueles do filme do Spielberg).
Hoje à tarde voltamos da última etapa da viagem pelo Brasil, fotografando botos-cor-de-rosa no município amazonense de Novo Airão. Para comemorar o sucesso da empreitada, cada um escolheu o que queria comer no jantar. Eu optei por um tradicional tacacá, Amos e John preferiram comida japonesa.
Na postagem anterior, eu havia parado nas onças-pintadas. Nosso roteiro continuou por água, cada vez mais adentrando o Pantanal, onde procurávamos por cardumes de grandes piranhas em águas transparentes. Todas as dicas que havíamos colhido com conhecedores do assunto foram anotadas e seguidas à risca, porém nem sempre a natureza está pronta para nossos caprichos. Em resumo, o rio principal onde deságua o riacho que nós pretendíamos fotografar estava mais cheio que o habitual. Como conseqüência, o riacho estava praticamente sem correnteza, o que deixou suas águas turvas e seu leito bloqueado por enormes e quase impenetráveis ilhas de aguapés. Só encontramos um ponto interessante com água limpa já no meio da tarde, após cansativas horas procurando um acesso para nosso barco. Tudo preparado, era hora de achar as grandes piranhas. Só que elas simplesmente não estavam ali, pois segundo a equipe da Polícia Ambiental que nos apoiava, preferem os trechos rio abaixo – onde a água escura não permitia realizarmos o trabalho. Mais uma lição aprendida... Meio frustrados, mas com a certeza de que fizemos todos os esforços possíveis, voltamos ao alojamento.
A turma da Polícia Ambiental trabalhou duro...
... mas não conseguimos vencer este mar de aguapé
Fotos: © Daniel De Granville, 2008
... mas não conseguimos vencer este mar de aguapé
Fotos: © Daniel De Granville, 2008
Dia seguinte, pé na estrada o dia inteiro. Aliás, não só na estrada. O roteiro foi mais ou menos assim: (1) Duas horas de barco; (2) Cinco horas de carro; (3) Quatro horas de espera em aeroportos; (4) Cinco horas de vôo entre Campo Grande e Manaus. Começamos o dia em pleno Pantanal e terminamos na Amazônia.
Visitamos dois lugares onde os botos-cor-de-rosa se acostumaram com a presença humana e hoje são objetos de pesquisa, educação ambiental e até zooterapia. Para mim, o mais legal – além da incrível interação com os botos – foi fazer as primeiras incursões pela fotografia subaquática nestas condições de água turva. Melhor do que falar é mostrar os resultados pelas fotos.
Com a sensação de dever cumprido, é hora de pensar na próxima aventura. Mais notícias em breve!