sexta-feira, setembro 17, 2010

Expedição 2010, Parte 3: Pantanal

.
VEJA AS PARTES 1 e 2 DESTA HISTÓRIA
.

Sorria, você está sendo fotografada!
Foto: © Daniel De Granville, 2010

“O que tem de tão especial no Pantanal?”. A pergunta, feita no momento em que a equipe está decidindo se muda ou não o roteiro original, pede resposta fácil, mas não necessariamente curta. Então, prefiro oferecer uma apresentação resumida da palestra que carrego em meu laptop. Ao mesmo tempo, dou minha resposta parcial, dizendo que a abundância e profusão de vida selvagem no Pantanal – em especial nesta época do ano – é algo fascinante e indescritível para quem se interessa por animais. Explico que, ao passarmos pelo portal de entrada da Transpantaneira, a paisagem se transforma e a bicharada dá um show diante de nossos olhos.


Enquanto um jacaré parece estar cheio de fome...
... o outro
carrega seu banquete, um cascudo recém capturado.
Fotos: © Daniel De Granville, 2010



Franco aproveita e faz uma piada: “ah, então quer dizer que de um lado está tudo calmo, mas de repente, a partir deste ponto que você falou, os bichos decidem que querem se mostrar para nós e começam a desfilar para as câmeras?!”. Eu respondo: “e-xa-ta-men-te”. Ele ri.

Partimos de Nobres pela manhã, parada para almoço em Cuiabá, siesta na van rumo a Poconé e finalmente a Transpantaneira. Quase todos dormem, já cansados após termos entrado na segunda metade da nossa viagem de ritmo intenso. Eu, ao lado do Ismael (nosso motorista), fico de olhos abertos procurando bichos. Peço para Ismael fazer uma parada estratégica no portal. “Aqui começa o Pantanal”, diz a placa. Todos despertam, descem para tirar fotos, e eu oriento para deixarem as câmeras preparadas.


(E) Anta é seguida por uma nuvem de insetos enquanto atravessa o rio.
(D) ... Diversidade Pantaneira: cervo-do-Pantanal, capivara e maria-cavaleira
compartilham uma das poucas poças remanescentes.
Fotos: © Daniel De Granville, 2010


Logo nos quilômetros iniciais de Transpantaneira, de longe vemos a primeira ponte com um resto de água, coalhada de jacarés empilhados. No meio deles, as aves aquáticas fazem um banquete com os peixes que ficaram presos e estão morrendo por falta de oxigênio. Viro para trás na van e vejo os olhares incrédulos de todos, fascinados com tanta concentração de bichos em um só ponto. Olho para Franco. Ele não diz nada, mas basta seu sorriso surpreso, que parece dizer “é, Daniel, você estava certo quando fiz aquela piada sobre o desfile dos bichos”... Pela primeira vez na expedição, eu não estava apreensivo ou tenso de preocupação com as possibilidades de encontrar animais para eles fotografarem. O espetáculo que vimos nos dois dias que seguiram está resumido nas fotos desta postagem.

Semana que vem, a Parte 4 (e última) de nossa aventura:
Botos na Amazônia.



Em sentido horário, a partir do alto: (1) Campo alagável salpicado de aves aquáticas em busca dos peixes; (2) Ninho de tuiuiu; (3) Uma vaca é carneada sem cerimônia no barranco do rio; (4) Uma das últimas piúvas ainda em flor.
Fotos: © Daniel De Granville, 2010
.
.
.

2 comentários:

  1. Pode falar palavrão aqui nos comentários? Pustaquepartiu. Que fotos lindas, e que viagem... Ai, que inveja...

    Venha com a Dona Onça cá pra riba, me ensinar a fotografar, hein, hein?

    bj, camélienkopf

    ResponderExcluir
  2. Menino! Que lindas fotos e que blog legal... Virei fã!
    Carla Nogueira
    http://expedicaoandandoporai.blogspot.com/

    ResponderExcluir