(As fotos desta postagem não têm legenda?! Aguarde nosso próximo texto sobre acessibilidade no blog da Photo in Natura!)
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Bobeei e deixei passar em branco uma data muito importante: o Dia Mundial da Água, celebrado no último 22 de março. Então, comemorando um mês deste evento e aproveitando os 510 anos da chegada das primeiras naus portuguesas pelo nosso mar, hoje vou falar sobre o quanto tenho sido influenciado pelo assunto ultimamente e as reflexões que isto traz no meu dia-a-dia.
Primeiro, o trabalho. Nas últimas duas semanas, após um período em que minhas câmeras e lentes tiveram um merecido descanso, fui fotografar para clientes aqui em Bonito, interagindo com dois dos meus rios favoritos: o Formoso e o Mimoso. O objetivo principal das fotografias era a produção de material promocional para sítios turísticos e meios de hospedagem da região. Precisei pensar sobre o que deve ser destacado em uma sessão de fotos para mostrar a sensação de "estar em Bonito". O que vem primeiro à sua cabeça quando pensa neste lugar? Águas cristalinas, aposto. E não é só você.
A ABETA – Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura - realizou recentemente uma pesquisa inédita sobre o perfil do turista de aventura e do ecoturista no Brasil (PDF disponível aqui). Dentre muitas informações importantes, descobriu-se que 46% dos entrevistados afirmaram ser a água – cachoeiras, rios e mar - o item que mais valorizam no Brasil. Para ter uma ideia da força deste atrativo, os outros cinco itens somados atingem 33% (um destaque negativo, na minha opinião, foi que apenas 4% citaram nossa fauna, triste para um país de megadiversidade como o nosso, mas isto é tema para outra postagem).
Ao conversar com os clientes que me contrataram para o serviço, estava o tempo todo com esta pesquisa em mente, e fiz questão de passar a informação a eles. Mas não parou por aí. Enquanto fotografava e tentava captar as emoções das pessoas nas imagens, comecei a refletir no quanto pode ser importante a experiência de alguém interagir com tanta riqueza natural e abundância de água cristalina, como acontece aqui. Na responsabilidade que os guias de turismo em especial, como eu, têm em sensibilizar as pessoas sobre a questão das águas. E na noção que estes turistas deveriam ter em associar esta vivência ao seu cotidiano, à lâmpada acesa à toa, ao banho demorado, à descarga desregulada, à torneira aberta enquanto lava os pratos ou escova os dentes, às folhas "sujas" sendo lavadas da calçada com a máquina de pressão, ao carro que precisa estar sempre com a lataria impecavelmente limpa. Precisa mesmo?
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