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Franco Banfi, dentro da água, fotografa de perto a segunda sucuri
que encontramos em nosso caminho até agora.
Foto: © Daniel De Granville, 2010
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Franco Banfi, dentro da água, fotografa de perto a segunda sucuri
que encontramos em nosso caminho até agora.
Foto: © Daniel De Granville, 2010
Pelas próximas semanas estou trabalhando com o suíço Franco Banfi e o tcheco Jiří Řezníček, renomados fotógrafos especializados em imagens subaquáticas que vieram ao Brasil com a meta de fotografar sucuris, arraias de água doce e botos-cor-de-rosa. Para isto, durante 21 dias vamos explorar rios no Cerrado, nas bordas do Pantanal e na Amazônia. Além deles, nos acompanham Shaowen e Jana, também entusiastas da fotografia e apreciadores de aventuras na natureza.
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Eram quase oito da manhã quando saí de casa com um objetivo pouco comum: encontrar sucuris se aquecendo na beira do rio. Após uma sequência de noites muito frias, o termômetro lá fora marcava 12 graus como temperatura mínima da madrugada anterior, e o sol brilhando forte, ainda próximo ao horizonte, prometia um dia mais quente. Perfeito para minha missão.A primeira etapa da nossa expedição começou aqui em Bonito, sempre com a presença imprescindível do Juca Ygarapé e nosso fiel escudeiro Dudu. Se o desafio de encontrar as serpentes deixava eu e Juca tensos nas semanas anteriores à chegada dos nossos clientes, com a possibilidade de não conseguir cumprir com as expectativas da equipe, o dia inicial de campo serviu para nos fascinar e tranquilizar. Afinal, já nas primeiras horas de nossa aventura – que incluíram descer cachoeiras com um barco lotado de equipamentos pesadíssimos e caríssimos, passar por baixo de troncos caídos, caminhar pelo capim-navalha e aturar os borrachudos que insistem em quebrar o clima bucólico do ambiente – encontramos duas enormes sucuris-amarelas em condições perfeitas para o nosso trabalho.
Mais aliviados com a sensação de dever cumprido (ainda que nossos exigentes fotógrafos não considerem ter conseguido a foto ideal, o que nos levará amanhã ao mesmo lugar), prosseguimos com as atividades e os encontros com estas serpentes foram se sucedendo. A tal ponto que, após a sexta sucuri avistada, passamos a computar nosso sucesso em metragem total de sucuris (42 metros, até o momento).
Foto: © Daniel De Granville, 2010
Vale lembrar que, devido à dificuldade de avistagem que normalmente estes animais representam e pelo fato de ser o objetivo mais importante da viagem, 70% do nosso tempo em Bonito havia sido reservado para buscá-las. Como tivemos uma taxa muito grande de sucesso já nos primeiros dias, resolvemos investir no segundo bicho de nossa lista, as arraias de água doce. Aqui, novamente, sucesso e meta (quase) atingida, afinal encontramos vários destes peixes posando para Franco, Jiří e companhia no fundo do rio.
Em resumo, estamos no dia 9 da expedição e já encontramos dois dos três animais principais procurados por nossos clientes, o que significa mais tempo para conseguir fotos ainda melhores e explorarmos outras belezas naturais que estas regiões oferecem, como jacarés, araras, montanhas, grutas e rios cristalinos repletos de peixes. Daqui a alguns dias é hora de partir para o Mato Grosso e, finalmente, para a Amazônia. Aguarde as novidades!