Mergulho com Sucuris: Sucesso Inesperado

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Reprodução de www.diariodigital.com.br em 18.jan.2012
Foto: © Daniel De Granville | Photo in Natura, 2007

Nestes últimos dias sentimos diretamente o poder de divulgação da mídia em geral e especificamente da internet. Conforme relatei na postagem anterior, no final da semana passada as fotos e o vídeo do mergulho com sucuris que eu havia postado aqui e no Facebook em setembro de 2010 tornaram-se um sucesso repentino que eu jamais imaginava.

A história acabou sendo a notícia mais lida
no G1, maior portal de notícias do Brasil.

Seguem alguns números e dados do que se passou em 48 horas a partir do domingo, quando a primeira matéria saiu no G1, o maior portal de notícias do Brasil:

- A matéria foi a mais lida do G1 Nacional no domingo, 15 de janeiro de 2012, tendo sido compartilhada quase 2.000 vezes no Twitter e mais de 7.000 vezes no Facebook;

- Foi destaque na primeira página do Globo.com, provavelmente um dos sites mais visitados do Brasil;

- A história também apareceu com destaque na primeira página do UOL, outro dos principais portais noticiosos do país, onde a ótima postagem feita pelo amigo jornalista Antonio Alonso Jr recebeu mais de 170.000 visitas em menos de 24 horas;

- Saiu ainda no IG, no Portal Terra e foi replicada em muitos outros sites nacionais, internacionais e regionais, cujo acompanhamento é praticamente impossível;

- Recebi cerca de 700 pedidos de amizade no Facebook e várias centenas de comentários, compartilhamentos e mensagens;

- Este blog, que tinha uma visitação média entre 150 e 200 acessos diários, disparou para aproximadamente 11.000 visitas nos dois dias após a notícia ser divulgada;

- Recebemos telefonemas de produtores de programas televisivos de grande audiência nacional, como noticiários matinais e de variedades como Fantástico (Rede Globo) e Domingo Espetacular (Rede Record), entre outros.

Versão em inglês ajudou os internautas estrangeiros
a entenderem de que se tratava a história.
(Captura de tela do site www.brazildispatch.com)

.: O Desfecho :.

Claro que divulgação de coisas boas é sempre positiva, como no caso das minhas imagens que ajudam a desmistificar as sucuris como serpentes perigosas e agressivas, contribuindo com a conscientização e a conservação ambiental. Porém, sabemos que nem sempre é possível controlar o que chega à imprensa após edições de entrevistas, legendas, etc. Assim, resistimos à tentação de termos esta imensa mídia espontânea gratuita: decidimos que não seria autorizado o uso das imagens em meio televisivo e pararíamos de permitir a divulgação na internet, mesmo com a garantia dos produtores de que não seria feito sensacionalismo. A autorização das imagens nos sites aqui mencionados foi acompanhada por uma série de exigências feitas por mim por telefone e por escrito, formalizando que a cessão das fotos ficava condicionada a um texto que mencionasse uma série de informações listadas por nós.

Em poucas horas a novidade se espalhou
pelos maiores portais de notícias do Brasil.

Nossa preocupação tinha dois fundamentos principais: primeiro, não queríamos correr o risco de que as imagens gerassem um medo – totalmente infundado – nas pessoas que gostam de praticar ecoturismo, seja em Bonito ou qualquer outra região natural do nosso país. Segundo, não fazia sentido criar expectativas nos amantes da vida silvestre, que poderiam querer vivenciar cenas como aquelas, já que trata-se de uma situação muito específica e esta não é uma atividade oferecida para quem visita a região.

Tive o cuidado de contatar autoridades e outros profissionais envolvidos com a gestão do turismo em Bonito para informá-las sobre a mídia espontânea que estava ocorrendo e nossa postura de não autorizar mais a divulgação das imagens, atitude que foi muito bem recebida. Cabe aqui um reconhecimento especial e justo ao Juca Ygarapé, principal responsável por descobrir novos atrativos na região de Bonito – como estas sucuris – que acabam diversificando nosso público e atraindo profissionais de várias partes do mundo interessados em produzir imagens que divulgam nossas maravilhas. Infelizmente, apesar de eu ter reforçado muito isto nas entrevistas, seu nome não foi mencionado na edição final.

Por fim, a maior lição disto tudo: tenha sempre muito cuidado com o que faz e com o que vai parar na internet. Se for coisa boa, ótimo pra você; se for coisa errada, imagino que os efeitos negativos se multipliquem mais ainda...

A imagem que deu início à avalanche! :-)
Foto: © Daniel De Granville | Photo in Natura, 2010
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