Beija-flor-branco-e-preto (Florisuga fusca) | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Depois da matéria sobre o Pantanal, em dezembro de 2005 eu trabalhei novamente para a National Geographic Society. Desta vez, passei 2 semanas em campo como produtor, assistente de fotografia e guia para o fotógrafo colombiano Luis Mazariegos, que está preparando uma matéria sobre beija-flores a ser publicada na revista ainda este ano. Mazariegos, autor do elogiado livro "Hummingbirds of Colombia", é um especialista em fotografia de beija-flores há mais de 25 anos, sendo considerado o fotógrafo que possui o maior arquivo fotográfico do planeta em termos de número de espécies destas aves.
Topetinho-vermelho (Lophornis magnificus ) | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Percorremos longas distâncias em busca de objetivos bastante específicos, como o beija-flor-de-gravata-vermelha Augastes lumachella, espécie que vive somente em uma área extremamente restrita na região da Chapada Diamantina (Bahia). Fomos de São Paulo a Ubatuba, depois Itatiaia, Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Espírito Santo, sempre em busca dos colibris. Fiquei impressionado com a experiência e preocupação de Mazariegos em cuidar bem destas aves, sobre os quais ele é um grande especialista – e não só no aspecto fotográfico. Por este motivo, ainda que a fotografia não seja sua principal atividade profissional, a National Geographic o escolheu para realizar as imagens da matéria.
Enfim, apesar do ritmo intenso de trabalho, às vezes sobravam uns minutos para tirar minhas próprias fotos, algumas das quais ilustram este texto. Beija-flores são sempre muito difíceis de fotografar, devido a sua rapidez e à iridescência das penas, mas quando se consegue uma boa imagem todos os esforços são compensados.
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
sábado, julho 22, 2006
quarta-feira, julho 19, 2006
Trabalhando para a National Geographic, Parte 2
(Para ler a Parte 1 desta história, clique aqui)
O responsável pelo estrago deve ter sido um primo do indivíduo aí de cima... | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Continuando as histórias das viagens com a National Geographic, tem uma bacana sobre o dia no qual fizemos a foto que acabou sendo escolhida para abrir a matéria na revista (imagem subaquática de um jacaré com peixes ao redor).
O esquema era o seguinte: eu ficava em pé dentro de uma corredeira repleta de jacarés (repleta MESMO!), com água quase até a cintura, segurando a câmera subaquática com o auxílio de um cabo que adaptamos a partir de um prolongador de rolos para pintar parede. Joel Sartore ficava do lado de fora, a uns 10 metros, acompanhando toda a cena através de um monitor e disparando a câmera remotamente quando via a oportunidade de uma boa foto. E então eu tinha que seguir suas instruções: “mais perto”, “mais pra baixo”, “tá torto”, “pega o jacaré mais de perfil”, “inclina pra cima”, etc, etc. Isto tudo com o equipamento a cerca de 1 palmo da boca dos bichos, já que estávamos usando uma objetiva de 24 milímetros.
Foram 3 dias inteiros de fotografia e tentativas de conseguir “a foto”, aquela que o fotógrafo clica e tem a certeza de que valeu o esforço. E, neste caso, o esforço incluiu o momento mais inusitado de toda a história: eu estava lá tranqüilo, fazendo meu serviço, quando senti um baque forte no cabo da câmera. Pensei que poderia ser uma pedra vindo na correnteza, mas por via das dúvidas decidi checar. Tirei a câmera da corredeira e vi que a cúpula de vidro da caixa estanque estava com um pouco de água dentro. Chamei o Joel, examinamos e vimos uns arranhados e 3 furos na cúpula, fruto da dentada que um jacaré não muito feliz decidiu desferir no nosso equipamento. Por sorte eu tirei a câmera da água a tempo, antes que ela molhasse, e o vidro não quebrou, o que poderia causar um ferimento no nosso amigo crocodiliano (se bem que, pra quem trucida piranhas inteiras com uma bocada, não sei se uns pedacinhos de vidro iam fazer algum mal...).
O responsável pelo estrago deve ter sido um primo do indivíduo aí de cima... | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Continuando as histórias das viagens com a National Geographic, tem uma bacana sobre o dia no qual fizemos a foto que acabou sendo escolhida para abrir a matéria na revista (imagem subaquática de um jacaré com peixes ao redor).
O esquema era o seguinte: eu ficava em pé dentro de uma corredeira repleta de jacarés (repleta MESMO!), com água quase até a cintura, segurando a câmera subaquática com o auxílio de um cabo que adaptamos a partir de um prolongador de rolos para pintar parede. Joel Sartore ficava do lado de fora, a uns 10 metros, acompanhando toda a cena através de um monitor e disparando a câmera remotamente quando via a oportunidade de uma boa foto. E então eu tinha que seguir suas instruções: “mais perto”, “mais pra baixo”, “tá torto”, “pega o jacaré mais de perfil”, “inclina pra cima”, etc, etc. Isto tudo com o equipamento a cerca de 1 palmo da boca dos bichos, já que estávamos usando uma objetiva de 24 milímetros.
Foram 3 dias inteiros de fotografia e tentativas de conseguir “a foto”, aquela que o fotógrafo clica e tem a certeza de que valeu o esforço. E, neste caso, o esforço incluiu o momento mais inusitado de toda a história: eu estava lá tranqüilo, fazendo meu serviço, quando senti um baque forte no cabo da câmera. Pensei que poderia ser uma pedra vindo na correnteza, mas por via das dúvidas decidi checar. Tirei a câmera da corredeira e vi que a cúpula de vidro da caixa estanque estava com um pouco de água dentro. Chamei o Joel, examinamos e vimos uns arranhados e 3 furos na cúpula, fruto da dentada que um jacaré não muito feliz decidiu desferir no nosso equipamento. Por sorte eu tirei a câmera da água a tempo, antes que ela molhasse, e o vidro não quebrou, o que poderia causar um ferimento no nosso amigo crocodiliano (se bem que, pra quem trucida piranhas inteiras com uma bocada, não sei se uns pedacinhos de vidro iam fazer algum mal...).
sábado, julho 15, 2006
Trabalhando para a National Geographic, Parte 1
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Instalando a câmera fotográfica com disparador remoto
em um ninho de Tuiuiú a 20 metros de altura!
(foto: Joel Sartore - Joel Sartore Photography)
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Instalando a câmera fotográfica com disparador remoto
em um ninho de Tuiuiú a 20 metros de altura!
(foto: Joel Sartore - Joel Sartore Photography)
Mês que vem (agosto) faz um ano que foi publicada na National Geographic a matéria sobre o Pantanal, para a qual eu trabalhei em diversas etapas, desde a pré-produção até a revisão dos textos finais. Sem dúvida este trabalho marcou minha carreira profissional e minha vida pessoal – foi a partir de então que eu decidi colocar a fotografia em primeiro lugar na minha lista de prioridades.
Durante cerca de 4 meses (além de várias semanas dedicadas aos preparativos), ao longo de 2003, viajei por todo o Pantanal trabalhando como assistente e guia para o fotógrafo Joel Sartore, responsável pelas imagens que ilustram a matéria. Foram dias muito puxados e às vezes tensos, mas ao mesmo tempo (como sempre) extremamente gratificantes. A lista de histórias engraçadas e absurdas mereceria um blog à parte, quem sabe um dia eu me dedico a isto...
Desde caminhar em um rio repleto de arraias, piranhas e jacarés para posicionar a câmera remota subaquática em busca do melhor enquadramento, até o inusitado bote de uma sucuri que nos errou por poucos centímetros, quando estávamos com água até a cintura. Ou o avião onde eu precisava ficar pressionando um botão do lado de fora da cabine (!) para que os flaps das asas funcionassem. Ou o dia em que atolamos a caminhonete do nosso amigo e motorista Vavá no final da tarde e, após caminhar alguns quilômetros no brejo carregando a mala com filmes e equipamentos, acabamos dormindo na estrebaria de uma fazenda, em cima dos baixeiros usados sob o arreio dos cavalos. Ou a vez em que tive de ser levado de avião para a cidade devido a um problema de saúde misterioso, que nem o médico soube diagnosticar – no fim era só um berne na cabeça...
Tem também a cena da “câmera de pântano” (nome chique que escolhemos para impressionar as pessoas, segundo Sartore), provavelmente uma das melhores: ela era posicionada no meio do brejo, ficando dois dedos acima da lamina d’água. Certa vez um bagre se enroscou na camuflagem que envolvia o equipamento e uma cegonha cabeça-seca foi atrás dele. A ave ficou puxando o tecido insistentemente até que a câmera mergulhou na lama, enquanto assistíamos tudo pelo monitor remoto sem fio, a cem metros de distância. O que se seguiu parecia surreal. Nós no meio do Pantanal, com os pés dentro da mesma água lamacenta onde a “câmera do pântano” tinha mergulhado, usando o telefone via satélite para ligar para os técnicos da NG nos EUA perguntando o que fazer: “Devemos deixar o filme secar ou guardá-lo molhado?”. “Tem salvação? Devemos enviá-lo para vocês hoje mesmo ou tentar revelar imediatamente no laboratório mais próximo?”. “A câmera não é o problema, temos outras, mas este rolo de filme tem umas fotos sensacionais!”. Como ninguém sabia a resposta exata, a solução foi simples: telefonar diretamente para a matriz da Fuji no Japão e perguntar. A resposta foi que deveríamos despachar o filme umedecido para os EUA o quanto antes, e assim montamos uma verdadeira operação de resgate, correndo para Cuiabá a tempo de pegar o escritório da FedEx aberto...
Próximo Episódio (em breve): "O Dia em que um Jacaré Perfurou a Nossa Caixa-Estanque com uma Dentada"
Veja os bastidores da matéria, com relatos de Joel Sartore.
Saiba mais: leia trechos e veja fotos da matéria em português, inglês, espanhol, italiano, japonês, holandês, turco ou húngaro!
Joel Sartore e Daniel De Granville saindo para
mais um dia de trabalho no Pantanal
(foto: Andre Thuronyi - Araras Eco Lodge)
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mais um dia de trabalho no Pantanal
(foto: Andre Thuronyi - Araras Eco Lodge)
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quarta-feira, julho 12, 2006
“Avis Rara” (ou “Sobre as Alegrias
e Agruras de um Fotógrafo de Natureza”)
e Agruras de um Fotógrafo de Natureza”)
Gavião-real (Harpia harpyja) pousa em seu ninho sob chuva
no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Bonito, MS
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
no Parque Nacional da Serra da Bodoquena, Bonito, MS
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
A Biologia faz parte da minha vida profissional há mais tempo do que a fotografia, mas meu apego pela natureza vem de muito antes, desde a época em que eu era moleque e nem precisava pensar em uma carreira. Ainda me lembro da reação da minha mãe no dia em que entrou no meu quarto e encontrou as paredes cheias de taturanas cabeludas, que eu havia trazido em uma caixa de sapatos e queria “criar para virarem borboletas”.
Devido a esta minha forte ligação com a vida selvagem desde a infância, associar as duas atividades – Fotografia e Biologia – e fazer delas uma profissão tem sido, mais do que um objetivo planejado, uma tendência natural. Conhecer os animais na teoria e na prática, e gostar muito deles, é fundamental para conseguir as imagens que desejo.
Mas apesar de todo o glamour em torno da fotografia de natureza, não é uma carreira fácil. Um dia você está madrugando em lugares como o Pantanal, tendo que andar no escuro por brejos cheios de jacarés e rodeado por nuvens de mosquitos, esperando o nascer de um sol que logo elevará a temperatura para mais de 40 graus. Semana seguinte você pode estar congelando os dedos e orelhas à beira de um precipício em cima dos Alpes Bávaros à espera da melhor luz. Assim como você sofre, o mesmo acontece com o equipamento fotográfico, que é extremamente caro e sensível. Uma falha mínima e todo o seu trabalho pode estar perdido... Isto me deixa em um constante estado de tensão quando estou em campo, até que a fotografia esteja finalmente salva no computador, impressa no papel ou entregue ao cliente.
As fotos que ilustram este texto, por exemplo, consumiram no total mais de 40 horas de “plantão” em condições adversas e arriscadas, para alguns poucos bons momentos para fotografar. Talvez não mais do que 5 minutos...
Ao mesmo tempo, no entanto, é uma vida incrivelmente gratificante. Cada vez que eu passo horas observando cenas que pouca gente no planeta jamais terá a chance de presenciar, como uma espécie rara de gavião trazendo caça para alimentar seu filhote na primeira luz da manhã, me sinto privilegiado e realizado.
Gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) cuida de seu filhote no ninho - Região da Serra de Maracaju, MS
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
As pessoas frequentemente me perguntam se eu não tenho medo de passar horas ou dias sozinho em ambientes remotos repletos de animais e outros “perigos da natureza”. Talvez eu até devesse mesmo ter mais cuidado com determinados riscos, mas quando estou em uma área natural fotografando eu me sinto plenamente integrado com tudo ao redor. Além disto, preciso me concentrar muito para fazer meu trabalho, e aqui não cabem outras preocupações que possam me atrapalhar.
Para mim, o mais importante dentro deste trabalho, além da persistência, paciência, preocupação com mínimos detalhes e personalidade incansável, é ter um posicionamento ético com relação aos ambientes naturais. Primeiro, jamais aceito causar uma perturbação excessiva em determinado local só para conseguir a imagem que eu quero. Segundo, sinto-me sempre na obrigação de retribuir à natureza por tudo de bom que ela me propiciou até hoje.
Mostrar fotografias de minha autoria é uma das maneiras que tenho para atingir este objetivo. Se as pessoas se sensibilizarem ao verem as imagens e assumirem uma postura de respeito e admiração para com a natureza, considero que minha missão esteja cumprida.
Uma mão, cinco dedos, cinqüenta mosquitos!
(A trabalho fotografando no Pantanal)
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
(A trabalho fotografando no Pantanal)
FOTO: © Daniel De Granville, 2006
sábado, julho 08, 2006
"O Lugar Certo"
Formigas interagindo com pulgões em um ramo | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Tietta encontrou este texto no livro que está lendo atualmente, em sua reta final para concluir o Mestrado. Achou que tinha “tudo a ver com fotografia de natureza”, leu em inglês para mim e eu decidi traduzir para poder compartilhar com os visitantes do Blog do Fotograma.
Realmente, seu autor Edward O. Wilson (um dos maiores naturalistas da atualidade) consegue expressar muito do sentimento que tenho quando vou a campo fotografar. Ele fala sobre persistência, paciência, atenção, concentração, olhar criativo e até um pouco de sorte – praticamente tudo o que eu julgo necessário para “caçar” uma boa fotografia de natureza. Espero que apreciem a leitura!
"O Lugar Certo"
O naturalista é um caçador civilizado. Ele entra sozinho no campo ou na floresta e fecha sua mente para tudo exceto aquele momento e lugar, de forma que a vida ao seu redor pressiona todos os seus sentidos e os pequenos detalhes ganham mais e mais importância. Ele começa a sua busca para a qual o conhecimento foi projetado. Sua mente se desfoca e passa a focalizar tudo ao mesmo tempo, sem mais se dedicar a qualquer tarefa comum ou diversão. Ele avalia o vôo gracioso dos mosquitos em acasalamento formando um enxame em forma de cone, a inclinação dos raios de sol que o permite observá-los melhor, a modelagem precisa dos musgos e líquens no tronco da árvore que são irregularmente iluminados por estes raios. Seu olho viaja subindo pelo tronco até o primeiro galho e depois sai para um feixe de pequenos ramos com folhas e depois volta, à procura de alguma irregularidade no formato ou movimento de alguns poucos milímetros que possam denunciar um animal em seu esconderijo. Ele fica à escuta de qualquer som que quebre os prolongados encantos do silêncio. De tempo em tempo ele traduz suas impressões presentes de olfato e solo e vegetação para o pensamento racional: o antigo cérebro olfativo fala com o córtex moderno. O caçador-naturalista sabe que ele não sabe o que vai acontecer. Ele é requisitado, como Ortega y Gasset expressou, a desenvolver uma atenção diferente e superior, “uma atenção que não consiste em fixar-se na presunção, mas consiste precisamente em não presumir nada e em evitar a distração”.
Edward O. Wilson, em “Biophilia, The human bond with other species” (p. 103).
Pata de lagartixa | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Tietta encontrou este texto no livro que está lendo atualmente, em sua reta final para concluir o Mestrado. Achou que tinha “tudo a ver com fotografia de natureza”, leu em inglês para mim e eu decidi traduzir para poder compartilhar com os visitantes do Blog do Fotograma.
Realmente, seu autor Edward O. Wilson (um dos maiores naturalistas da atualidade) consegue expressar muito do sentimento que tenho quando vou a campo fotografar. Ele fala sobre persistência, paciência, atenção, concentração, olhar criativo e até um pouco de sorte – praticamente tudo o que eu julgo necessário para “caçar” uma boa fotografia de natureza. Espero que apreciem a leitura!
"O Lugar Certo"
O naturalista é um caçador civilizado. Ele entra sozinho no campo ou na floresta e fecha sua mente para tudo exceto aquele momento e lugar, de forma que a vida ao seu redor pressiona todos os seus sentidos e os pequenos detalhes ganham mais e mais importância. Ele começa a sua busca para a qual o conhecimento foi projetado. Sua mente se desfoca e passa a focalizar tudo ao mesmo tempo, sem mais se dedicar a qualquer tarefa comum ou diversão. Ele avalia o vôo gracioso dos mosquitos em acasalamento formando um enxame em forma de cone, a inclinação dos raios de sol que o permite observá-los melhor, a modelagem precisa dos musgos e líquens no tronco da árvore que são irregularmente iluminados por estes raios. Seu olho viaja subindo pelo tronco até o primeiro galho e depois sai para um feixe de pequenos ramos com folhas e depois volta, à procura de alguma irregularidade no formato ou movimento de alguns poucos milímetros que possam denunciar um animal em seu esconderijo. Ele fica à escuta de qualquer som que quebre os prolongados encantos do silêncio. De tempo em tempo ele traduz suas impressões presentes de olfato e solo e vegetação para o pensamento racional: o antigo cérebro olfativo fala com o córtex moderno. O caçador-naturalista sabe que ele não sabe o que vai acontecer. Ele é requisitado, como Ortega y Gasset expressou, a desenvolver uma atenção diferente e superior, “uma atenção que não consiste em fixar-se na presunção, mas consiste precisamente em não presumir nada e em evitar a distração”.
Edward O. Wilson, em “Biophilia, The human bond with other species” (p. 103).
Pata de lagartixa | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
sexta-feira, julho 07, 2006
Papos da Alemanha, Parte 4: Formigas!
Deve ser assim que as formigas de jardim enxergam o mundo... | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
“Aqui na Alemanha não deve ter muita formiga igual lá no Pantanal, ainda mais logo depois do inverno acabar”, pensei comigo ao decidir me deitar no chão dos jardins da Villa Waldberta, onde fiquei alojado desenvolvendo meus trabalhos por 3 meses. E lá fui eu com a câmera no pescoço, barriga e peito no gramado, tentar fotografar as primeiras flores da primavera sob um ângulo diferente.
Até acabei conseguindo as imagens que queria, mas não sem antes descobrir que havia deitado exatamente em cima de um tremendo formigueiro. Suas proprietárias estavam bem bravas, e o saldo foi uma dúzia de ardidas ferroadas no pescoço, bochechas e lábios...
E assim, contando a história aos amigos alemães para quem mostrei as tais fotos, aprendi "na pele" mais uma lição prática do idioma alemão: "formigas" = "Ameisen"!
Flores ao vento | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
“Aqui na Alemanha não deve ter muita formiga igual lá no Pantanal, ainda mais logo depois do inverno acabar”, pensei comigo ao decidir me deitar no chão dos jardins da Villa Waldberta, onde fiquei alojado desenvolvendo meus trabalhos por 3 meses. E lá fui eu com a câmera no pescoço, barriga e peito no gramado, tentar fotografar as primeiras flores da primavera sob um ângulo diferente.
Até acabei conseguindo as imagens que queria, mas não sem antes descobrir que havia deitado exatamente em cima de um tremendo formigueiro. Suas proprietárias estavam bem bravas, e o saldo foi uma dúzia de ardidas ferroadas no pescoço, bochechas e lábios...
E assim, contando a história aos amigos alemães para quem mostrei as tais fotos, aprendi "na pele" mais uma lição prática do idioma alemão: "formigas" = "Ameisen"!
Flores ao vento | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
quarta-feira, julho 05, 2006
As Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs)
Flutuação no Rio Sucuri (RPPN da Fazenda São Geraldo, Bonito, MS) | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
Conforme comentei há alguns dias aqui no Blog do Fotograma, desde o ano passado eu venho realizando registros fotográficos em algumas RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) de Mato Grosso do Sul. Durante as viagens a campo, tive a oportunidade de presenciar cenas indescritíveis, fotografar algumas delas e conhecer pessoas que se dedicam com muita seriedade à conservação dos nossos ambientes naturais. Foram necessários deslocamentos a pé, de barco, avião, carro, a cavalo e até mergulhando para poder captar as imagens. Trabalhoso, mas gratificante!
O objetivo do projeto, contratado em parceria entre a CI-Brasil e a REPAMS, é a criação de um banco de imagens para a elaboração de catálogos e outros materiais de divulgação, sempre visando conscientizar a população e os proprietários rurais sobre a importância de tais Unidades de Conservação para a manutenção de nossa biodiversidade.
Esta semana foi concluída a primeira etapa dos meus trabalhos, e uma seleção com algumas de minhas fotos favoritas pode ser vista na Galeria do Mês (julho/2006) do Fotograma.
As RPPNs fotografadas foram:
RPPN Fazenda da Barra (Projecto Vivo)
RPPN Fazenda Lageado
RPPN Morro da Peroba (Fazenda Capão Bonito)
RPPN Reserva Ecológica Vale do Bugio
RPPN Neivo Pires (Faz.Portal do Pantanal Sul)
RPPN Pata da Onça (Fazenda Santa Sophia)
Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro
RPPN Fazenda São Geraldo (Rio Sucuri)
Para saber mais:
Informações gerais sobre RPPNs
Sobre as RPPNs de Mato Grosso do Sul
Sobre o trabalho da Conservação Internacional (CI-Brasil)
RPPN da Reserva Ecológica Vale do Bugio, Corguinho, MS | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
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Conforme comentei há alguns dias aqui no Blog do Fotograma, desde o ano passado eu venho realizando registros fotográficos em algumas RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural) de Mato Grosso do Sul. Durante as viagens a campo, tive a oportunidade de presenciar cenas indescritíveis, fotografar algumas delas e conhecer pessoas que se dedicam com muita seriedade à conservação dos nossos ambientes naturais. Foram necessários deslocamentos a pé, de barco, avião, carro, a cavalo e até mergulhando para poder captar as imagens. Trabalhoso, mas gratificante!
O objetivo do projeto, contratado em parceria entre a CI-Brasil e a REPAMS, é a criação de um banco de imagens para a elaboração de catálogos e outros materiais de divulgação, sempre visando conscientizar a população e os proprietários rurais sobre a importância de tais Unidades de Conservação para a manutenção de nossa biodiversidade.
Esta semana foi concluída a primeira etapa dos meus trabalhos, e uma seleção com algumas de minhas fotos favoritas pode ser vista na Galeria do Mês (julho/2006) do Fotograma.
As RPPNs fotografadas foram:
RPPN Fazenda da Barra (Projecto Vivo)
RPPN Fazenda Lageado
RPPN Morro da Peroba (Fazenda Capão Bonito)
RPPN Reserva Ecológica Vale do Bugio
RPPN Neivo Pires (Faz.Portal do Pantanal Sul)
RPPN Pata da Onça (Fazenda Santa Sophia)
Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro
RPPN Fazenda São Geraldo (Rio Sucuri)
Para saber mais:
Informações gerais sobre RPPNs
Sobre as RPPNs de Mato Grosso do Sul
Sobre o trabalho da Conservação Internacional (CI-Brasil)
RPPN da Reserva Ecológica Vale do Bugio, Corguinho, MS | FOTO: © Daniel De Granville, 2006
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