segunda-feira, dezembro 18, 2006

"Nas Nuvens"

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.FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Visite a última Galeria deste ano no Fotograma, com imagens de nuvens. Caso não nos encontremos por aqui novamente em 2006, deixo meus votos de um Feliz Natal e uma ótima passagem para 2007, torcendo para que o novo ano nos traga cada vez mais oportunidades de fotografar e conviver com os ambientes naturais!

quinta-feira, dezembro 14, 2006

M*rda Lá, M*rda Aqui...

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Guepardo (Acynonix jubatus) curtindo uma preguiça de primavera
no Zoo de Munique (Alemanha)
FOTO: © Daniel De Granville, 2006



Duas notícias amplamente divulgadas hoje na internet falam sobre dois lugares que eu conheço bem. Uma delas é ótima e muito curiosa, já a outra...

A partir de agora, o Tierpark Hellabrunn (Zoológico de Munique), onde estive fotografando em abril deste ano, produzirá energia elétrica para seu funcionamento através de um tipo de biogás obtido a partir das fezes dos animais que vivem lá.

Já por aqui, no Pantanal, o fantasma das usinas de álcool está cada vez mais perto de reencarnar com força total. No que depender dos esforços do Deputado Estadual Dagoberto Nogueira (PDT/MS), a legislação que proíbe a instalação de tais indústrias será modificada em breve para permitir que as mesmas se estabeleçam no Pantanal. O nobre Deputado também defende o plantio da cana-de-açúcar nas cabeceiras dos rios, porque “isto preservaria o meio ambiente”...

Queimada de canavial em Sonora (MS)
FOTO: © Daniel De Granville, 2003



SAIBA MAIS:

Zôo de Munique: energia a partir das fezes dos bichos (em inglês)

Pantanal: a ameaça das usinas de álcool

Canaviais: animais são queimados vivos
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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Aves e Fotos em 2006:
As 10 Mais

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... E lá se vai 2006. Aproveitando a idéia do colega e amigo Guto Carvalho, autor do blog Passarinhar, decidi fazer uma lista com as 10 situações relacionadas a aves que mais me marcaram ao longo deste quase finado ano!


Vamos lá então (a lista não segue nenhuma ordem de prioridade ou preferência):


1) Acompanhar e fotografar um ninho ativo de gavião-de-penacho (Spizaetus ornatus) com filhote na Serra de Maracaju, com ângulo privilegiado.

FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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2) Acompanhar e fotografar um ninho ativo de gavião-real (Harpia harpyja) na borda do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, com ângulo privilegiado.

FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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3) Observar e fotografar um casal de pato-real (Anas platyrhynchos) com os dorsos cobertos de neve, na Alemanha (me disseram que é uma cena difícil de observar pois estas aves ficam mergulhando constantemente para remover a neve antes que ela se acumule).

FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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4) Ser convidado para expor minhas fotos de aves em Munique e no Avistar 2006 - I Encontro Brasileiro de Observação de Aves (onde, além de expor, participei das atividades e achei ótimo).

FOTO: © Ralf Tambke, 2006

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5) Acompanhar a Tietta concluindo sua dissertação de Mestrado com o tema "Turismo e Observação de Aves".

FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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6) Ser convidado pelo Salviano para fornecer material para a matéria de capa da Atualidades Ornitológicas n° 133.

FOTOS: © Daniel De Granville, 2004-2006

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7) Ver o mercado de observação de aves crescendo a cada dia, seja no
interesse das pessoas e da mídia, seja na "explosão" de publicações
impressas
e virtuais sobre o tema.

ARTE: © Kiko Azevedo, 2005 sobre fotos de
© Daniel De Granville, 2004-2005

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8) Conhecer o Cristalino Lodge e sua incrível torre para observar aves sobre a copa das árvores.
FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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9) Poder passar um total de aproximadamente 6 semanas este ano no meio do Pantanal (a trabalho, mas do lado da passarada!).
FOTO: © Daniel De Granville, 2003

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10) Observar todos os dias o casal de sovis (Ictinia plumbea) que parece
estar nidificando a algumas dezenas de metros da nossa casa (apesar de um monte de árvores ao redor terem sido assassinadas há alguns dias).
FOTO: © Daniel De Granville, 2006

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Espero que 2007 traga para todos nós
cada vez mais situações incríveis junto à natureza!
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sexta-feira, dezembro 08, 2006

Quanto Vale Uma Foto?

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. Material de divulgação do Projeto Mãos do Cerrado
produzido com imagens de minha autoria, em trabalho
realizado de forma voluntária.
FOTOS: © Daniel De Granville, 2006
ARTE: © Kiko Azevedo, 2006



Cada vez mais, a fotografia vem se tornando para mim a mais importante atividade profissional e – espero – principal fonte de recursos em um futuro próximo. Tenho me empenhado bastante para isto e aprendido muito no dia-a-dia, em especial sobre aspectos mercadológicos. Venho notando, por exemplo, que além das dificuldades normais de mercado – como o alto custo dos equipamentos no Brasil, a grande concorrência e os baixos valores geralmente praticados – existe outra barreira a superar.

De um modo geral, percebo que alguns não conseguem enxergar e valorizar a fotografia como um produto ou serviço trabalhoso e intrinsecamente caro, e que portanto possui valor monetário agregado (incluindo a foto digital, que pode passar a impressão de não custar nada, mas que tem sim uma série de despesas associadas - equipamentos, investimentos em estudos, horas dedicadas ao trabalho). O volume de solicitações que recebo para “doar umas fotos para um site” ou “tirar umas fotos baratinho” é grande. É muito importante ressaltar que, com freqüência, eu cedo gratuitamente (e com o maior prazer) os direitos de uso de imagens de minha autoria para causas sociais ou ambientais, e ainda realizo serviços fotográficos sem custo para pessoas e entidades ligadas a estas atividades – instituições de cunho social, publicações sem fins lucrativos, reportagens sobre temas ambientais, teses acadêmicas, palestras, livros e outros.

Mas eu trabalho com fotografia, este é o meu produto, e todo produto tem um custo. Em especial quando se trata de alguma atividade com fins lucrativos, onde a minha fotografia será usada como um meio de divulgação que ajudará a vender outro produto. Ou seja, toda vez que posso eu faço o trabalho de bom grado, mas nem sempre é possível... Afinal, quando preciso fazer minhas compras no supermercado eu não posso chegar lá e pedir “será que vocês poderiam me ceder uns 3 kg de arroz e 1 kg de frango?”.

Interessante lembrar, ainda, que a contrapartida às vezes oferecida – colocar os créditos do fotógrafo junto à imagem – nada mais é do que o cumprimento da Nova Lei do Direito Autoral (Lei nº 9.610/98). Frequentemente me surpreendo ao encontrar fotografias de minha autoria impressas em materiais de divulgação ou em sites, sem minha permissão e sem os devidos créditos – um desrespeito à lei e ao autor da obra.

Em resumo, é sempre um prazer poder colaborar através das minhas imagens, e eu gostaria que sempre fosse possível ceder os direitos de uso sem custos ou a valores muito baixos. Mas isto acabaria inclusive prejudicando nossa classe profissional, como já tivemos exemplos recentes de fotógrafos que liberam o uso gratuito de centenas de fotografias de sua autoria, estranhamente autorizando até mesmo a não-inclusão de seus créditos nas imagens...


Uma das fotos de minha autoria que vira e mexe vejo
circulando por aí sem crédito ou autorização de uso...
FOTO: © Daniel De Granville, 2001
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quinta-feira, novembro 30, 2006

Dando Sangue pela Natureza

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. Um "lote" de micuins, a fase jovem (larval) do famoso carrapato
FOTO © Marja Milano, 2006


Estes são alguns registros das situações que fazem parte do dia-a-dia dos fotógrafos de natureza e pesquisadores, personagens que se dedicam com afinco a colher e divulgar imagens e informações sobre nossos bichos, plantas e paisagens!

Maaaaaaaais micuins...
FOTO © Tietta Pivatto, 2006


“Mas não existe repelente?”. Até existe; vira e mexe a gente ouve falar de alguma fórmula caseira “milagrosa” para combater estas criaturas indesejáveis. Algumas funcionam, mas outras... Um dos cuidados que se deve ter é com relação a substâncias químicas que podem atacar partes plásticas dos equipamentos de campo (câmeras, binóculos, etc), além de produtos que podem ser muito fortes e comprometer a sua própria saúde ou causar reações alérgicas (portanto, é sempre bom testar antes de ir a campo).

... um pouquinho de mosquitos...
FOTO © Daniel De Granville, 2006


“E doenças transmissíveis?”. Sim, esta também é uma preocupação importante para quem trabalha em ambientes naturais, portanto deve-se sempre buscar previamente informações sobre a localidade para onde se pretende ir, incluindo a necessidade de vacinas, medicamentos e outros cuidados adicionais.

Mas também temos que ter muito bom-senso para não nos tornarmos paranóicos quanto a estas coisas – afinal, já bastam as neuras urbanas de assalto, poluição, acidente de carro... Na natureza os perigos são bem menores, e os prazeres são indescritíveis!

... e o que os micuins deixam pra trás depois da festa.
FOTO © Daniel De Granville, 2006



SAIBA MAIS:

Núcleo de Medicina de Viagem da UFPE


Medicina do Viajante
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terça-feira, novembro 28, 2006

Você Tem Fome de Quê?

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. Não deixe de provar nossa deliciosa torta de limão...
FOTO © Daniel De Granville, 2006



Ultimamente tenho recebido pedidos para fotografar algo inédito para mim: alimentos como sucos, porções e pratos de restaurantes – e confesso que estou me “divertindo” bastante com o novo desafio! É totalmente diferente de fotografar bichos e paisagens no meio do mato. Toda a logística de luz, composição, equipamentos utilizados é outra.

"Ok, você venceu: batata frita!"
FOTO © Daniel De Granville, 2006



A iluminação fica 100% sob meu controle, já que as fotos são feitas em estúdio. Assim, não há necessidade de madrugar para estar no local da fotografia antes que a melhor luz apareça, como acontece na natureza. Pelo contrário, geralmente o trabalho começa mais tarde do que o habitual, pois os alimentos têm que ser preparados na hora, para manterem o aspecto saudável e de frescor.

Para a sobremesa, bolo Floresta Negra
FOTO © Daniel De Granville, 2006



Mas não dá pra dizer que é um serviço tranqüilo: tem que trabalhar muito rápido para garantir que o sorvete não derreta, o suco não separe em duas partes (polpa e água), a pizza não esfrie e fique com aspecto de ressecada. Isto é especialmente importante considerando que a iluminação de estúdio gera muito calor. E, ao mesmo tempo, tem que garantir detalhes como a composição ideal para tornar a foto apetitosa, a limpeza da borda do copo evitando respingos, a remoção de manchas nos pratos, pois se não cuidar essas coisas acabam estragando a fotografia.

Mas o melhor de tudo, sem dúvida, é poder saborear todas essas guloseimas após elas terem sido fotografadas!

"Aquela" torta lá de cima, antes de ser cortada
FOTO © Daniel De Granville, 2006


terça-feira, novembro 21, 2006

Mais uma vez, o Pantanal...

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. Foi uma prima desta senhorita aí de cima que quase arrancou
um naco do meu dedo do pé domingo passado...
FOTO © Daniel De Granville, 2006



Esta semana inteira sem postagens no FotogramaBlog ocorreu devido a duas viagens que realizei pelo Pantanal nos últimos dias. Uma delas foi especialmente interessante, onde eu guiei o fotógrafo britânico Mark Hannaford, que também é diretor da Across the Divide, uma companhia baseada na Inglaterra cuja especialidade são expedições de aventura com caráter filantrópico e corporativo.

Além de uma respeitável mordida de piranha no dedo do pé, nestas viagens eu consegui algumas imagens bacanas que podem ser conferidas na Galeria do Mês (Nov.2006) do meu site. Aproveite!
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segunda-feira, novembro 13, 2006

Criaturas da Noite

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.Jacarés-do-Pantanal (Caiman yacare) alimentando-se no início da noite
FOTO © Daniel De Granville, 2004


Um bom desafio para fotógrafos de vida selvagem é conseguir boas imagens de espécies com hábitos noturnos. Dentre as dificuldades, eu destaco o próprio ato de encontrar o bicho na escuridão, a necessidade de fornecer iluminação suplementar para poder fazer a fotografia e a busca por um enquadramento ou cenário que torne a imagem especial, fugindo do lugar-comum.

No Pantanal, é bastante praticada uma atividade turística chamada “focagem noturna”, na qual se percorre estradas ou rios (de carro ou barco) munido de faroletes fortes, popularmente denominados “cilibins”. É sem dúvida a melhor maneira para encontrar animais como lobinhos, jaguatiricas, corujas, curiangos, jacarés e muitos outros. Além de ajudar na busca, a luz do cilibim pode ser útil tanto para ajudar a fazer o enquadramento e o foco, como para iluminar o objeto da fotografia.


Morcego-beija-flor (Phyllostomidae/Glossophaginae) se aproveitando
de um bebedouro para aves na Mata Atlântica
FOTO © Daniel De Granville, 2005



Falando em iluminação, quase sempre será obrigatório utilizar o flash (que eu considero nada mais do que um “mal necessário”), a não ser que o bicho esteja bastante perto, o cilibim seja bom, sua lente seja clara e o ISO esteja regulado nas sensibilidades mais altas.

Uma imagem mais criativa pode ser obtida “brincando” com os tempos de exposição para aproveitar a luz ambiente, ou usando recursos do próprio flash, ou ainda através de técnicas curiosas como o “light painting”. Vale lembrar que, pelo fato de estar mostrando criaturas menos conhecidas do público em geral (por serem noturnas), este tipo de fotografia pode encantar o observador mais facilmente do que uma foto de cena diurna.

Por fim, o detalhe mais importante: a procura de animais durante a noite deve ser muito criteriosa para evitar perturbações excessivas sobre os mesmos. Uma luz forte, utilizada insistentemente e durante um período crítico, pode atrapalhar a alimentação e reprodução de um animal noturno, ou ainda deixá-lo mais vulnerável ao ataque de um predador. Se o animal for de hábito diurno e estiver descansando, o uso destes recursos deve ser terminantemente evitado.

Coruja-orelhuda (Rhinoptynx clamator), espécie que prefere
áreas abertas e cuja dieta inclui morcegos-vampiros
FOTO © Daniel De Granville, 2006
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sexta-feira, novembro 03, 2006

Gravação de Sons Naturais

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.O ronco do bugio (Alouatta caraya) é um dos sons
mais impressionantes das nossas matas
clique para ouvir!

FOTO © Daniel De Granville, 2005




Uma outra forma de registrar a natureza, que desenvolvo paralelamente à fotografia, é a gravação de sons naturais, em especial vozes de aves, mamíferos e insetos, além de cachoeiras, tempestades e outros.

Quando estamos em regiões onde há presença significativa de vida silvestre, logo começamos a perceber a riqueza sonora que nos rodeia. Com destaque para as aves, a diversidade de sons agradáveis, curiosos ou até incômodos é uma constante em lugares onde os animais ainda convivem com o homem. E às vezes, isto pode acontecer até mesmo em um grande centro urbano.

Com o tempo, a atividade de registrar estes sons pode se tornar um passatempo fascinante, e até mesmo – em uma escala ainda muito pequena no Brasil – uma fonte de renda. Existem, no mercado especializado, CDs com gravações de animais de várias regiões do planeta, além dos discos com sons naturais utilizados para relaxamento e meditação. Há ainda emissoras de TV que freqüentemente necessitam destes sons para a sonoplastia de documentários, filmes e novelas.


"Gravando" o final de tarde no Pantanal
FOTO © Tietta Pivatto, 2004



Para se iniciar nesta atividade de forma amadora, não é preciso muita coisa. Eu comecei – e continuei por muito tempo – utilizando apenas um gravador de bolso, daqueles que usam fitas do tipo “microcassette”, transferindo e editando posteriormente os sons no computador. Existem diversos modelos destes gravadores no mercado, com preços começando na faixa dos 50 reais, e alguns macetes na hora da escolha permitirão um melhor aproveitamento do aparelho em campo.

Se a coisa começar a ficar mais séria, existe um grande mercado especializado em equipamentos de áudio, desde gravadores digitais, microfones, amplificadores, alto-falantes, fones de ouvido e outros acessórios. É claro que isto tudo acaba se tornando privilégio de poucos, pois o material é caro e geralmente só se encontra à venda no exterior.

Eu achei a solução para parte destas limitações através da criatividade. Um refletor parabólico (utilizado para dar direcionalidade ao microfone, quando se quer captar o som de apenas um animal eliminando os demais sons ao redor) pode ser substituído por um guarda-chuva invertido – uma economia de uns 500 dólares... Um shock mount (acessório para reduzir os ruídos gerados no microfone pela manipulação durante a gravação) pode ser montado utilizando um pedaço de cano de PVC e alguns elásticos feitos com câmara de ar de bicicleta (mais uns 100 dólares economizados!).

Estes sons naturais que captamos podem ter várias utilidades, seja pelo nosso simples prazer de escutá-los sempre que quisermos, seja para aprendermos sobre os pássaros, para fins científicos, ou ainda em atividades de educação ambiental.

Podem ser utilizados também no hobby de observação de aves, através da técnica chamada playback, que consiste em tocar o som de determinada ave para atraí-la e vê-la de perto. É uma técnica muito utilizada por guias especializados, e também por fotógrafos de natureza em busca de determinada espécie.

Mas atenção! O playback é uma técnica que deve ser usada com extrema cautela, sendo até mesmo condenada veementemente por alguns. O motivo é que, se aplicado de forma insistente e desnecessária, este recurso pode causar danos muito sérios (até mesmo a morte!) da ave que se pretende atrair. Portanto, antes de pensar em utilizar o playback, procure se informar a respeito através de clubes de observadores de aves e/ou sites na internet.

Agora, aperte a tecla “REC” e bom divertimento!


Socozinho (Butorides striatus) abre o bocão... mas não canta
(ele geralmente só emite sons quando em vôo!)

FOTO © Daniel De Granville, 2005



SAIBA MAIS:

> Ouça o som de algumas aves e mamíferos do Pantanal nas galerias de imagens do Fotograma.

> Comunidade sobre Gravação de Aves no Orkut

> Código de Ética do Observador de Aves

> Nature Recordists - grupo de discussões para interessados em gravação de sons naturais (em inglês).

> Técnicas de Gravação de Sons Naturais (em inglês).

sábado, outubro 21, 2006

Muito Bicho ou Pouco Espaço?

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Concentração natural de aves durante a seca no Pantanal
FOTO © Daniel De Granville, 2003



O texto de hoje é inspirado em matéria que escrevi há cerca de um ano, e agora dois fatos chocantes esta semana (links abaixo) me levaram a retomar o tema. Nossos bichos estão sofrendo.


FOLHA DE S. PAULO
Em extinção, veado tem corpo queimado em canavial

JORNAL NACIONAL
Animais vão para as cidades | LEIA | ASSISTA |



Como biólogo e fotógrafo de natureza, o meu grande interesse sempre foram os animais silvestres, e encontrá-los em seu ambiente natural é um dos principais objetivos quando estou em campo. Fotografar aves, mamíferos, peixes, jacarés e invertebrados livres na natureza exerce um fascínio especial. E, geralmente, quanto mais bicho melhor.


Carcaça de jacaré, provavelmente morto por caçadores,
flutua em rio do Pantanal

FOTO © Daniel De Granville, 2006


Durante um trabalho fotográfico que fiz para a Conservação Internacional, fiquei impressionado com a quantidade de animais que vi em uma curta caminhada: bandos de macacos, queixadas, quatis, araras e tatus. Porém, ao mesmo tempo em que me senti feliz por manter um contato tão próximo com a vida selvagem, fiquei muito preocupado. Deixem-me explicar.

De maneira simplificada, todo ambiente natural comporta uma determinada quantidade de espécies e um tanto de indivíduos de cada espécie. Isto está associado às características do ambiente no que se refere à variedade e abundância de alimentos e de abrigo. Uma população de determinado animal se controla naturalmente de acordo com a oferta destes fatores. Assim, da mesma forma que a ausência de alguns bichos pode indicar que eles foram eliminados de lá devido a alterações na área, a presença excessiva de certos animais também pode ser indicativo de impacto ambiental. No caso deste lugar que eu fui, a mata era um dos últimos remanescentes intactos nos arredores. O restante era pastagem e lavoura. Ou seja, esta grande concentração de bichos pode ser conseqüência deles não terem mais para onde ir – conforme o desmatamento avança, eles procuram se refugiar nos lugares que sobraram.

Só que muitos animais em um espaço pequeno pode gerar problemas: primeiro, a pressão sobre os recursos naturais aumenta de forma descontrolada. Os macacos, por exemplo, podem começar a se alimentar dos ovos e filhotes nos ninhos das aves até eliminá-las de lá. Com estas aves desaparecendo, pode acontecer de determinadas espécies de plantas que dependem das aves para se disseminar virem a sumir também, em um processo cíclico e muito prejudicial ao equilíbrio natural.

A outra conseqüência negativa é com relação à chamada variabilidade genética. Com muitos indivíduos de uma espécie vivendo confinados em um ambiente reduzido, começam a ocorrer cruzamentos entre “parentes”, e isto torna a população muito homogênea e frágil em termos genéticos. Como resultado, estes animais ficam vulneráveis a doenças ou modificações no ambiente, tornando-se suscetíveis a extinções locais.
É meio chato pensar assim, mas cada vez que eu vejo notícias de araras e outros animais “do mato” aparecendo em áreas urbanas – coisa que não acontecia antes, conforme algumas pessoas mais antigas testemunham – fico preocupado com os motivos que podem ter levado estes bichos a “apelarem” para a metrópole. Mas é claro que não deixo de aproveitar a chance para apreciar a sua beleza!



Mamãe Jacaré de olho em sua ninhada no Pantanal
FOTO © Daniel De Granville, 2006

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sexta-feira, outubro 13, 2006

Pé na estrada!

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FOTO © Daniel De Granville, 2006



Esses próximos dias estarei no Pantanal com um grupo de ecoturistas estrangeiros – portanto, o FotogramaBlog vai ficar sem atualizações por algum tempo...

FOTO © Daniel De Granville, 2006


Enquanto isto, aproveite algumas das imagens que fiz hoje no imperdível Buraco das Araras, uma das maiores dolinas das Américas, e que fica a 60 km de casa.

Até a semana que vem!


FOTO © Daniel De Granville, 2006

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domingo, outubro 08, 2006

A Primeira Capa a Gente Nunca Esquece

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Neste mês eu terei fotos publicadas em revistas de circulação nacional - como a Horizonte Geográfico e a Revista Época - e estrangeiras como a Toyota Magazin (Alemanha). Mas ganhar matéria de capa tem um gostinho todo especial!




A próxima edição da Atualidades Ornitológicas (n° 133), grande publicação brasileira dedicada aos passarinhos e afins, traz um especial sobre meu trabalho como fotógrafo de natureza. Confira e compre - nossas aves agradecem!
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sexta-feira, outubro 06, 2006

Morte na Estrada

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Fêmea de Bugio (Alouatta caraya) com filhote
na região da Rodovia Transpantaneira (MT)


FOTO © Daniel De Granville, 2003



Esta semana, mais precisamente no dia 4 de outubro, foi celebrado o Dia Mundial dos Animais, que – não por acaso – coincide com o dia de São Francisco, considerado o santo protetor dos animais.

Há tempos eu tenho o projeto de montar nesta data uma exposição fotográfica e informativa itinerante, visando conscientizar os motoristas sobre o problema da morte de animais silvestres nas nossas rodovias – especialmente aquelas que cruzam ambientes naturais mais conservados, como o Pantanal. Desde 1999, venho sistematicamente colhendo registros fotográficos de bichos atropelados em estradas, e infelizmente não tenho encontrado grandes dificuldades em encontrar o tema principal para fotografar.

Enquanto a tal exposição não se concretiza, gradualmente o assunto tem ganhado destaque na mídia, e em agosto de 2005 eu recebi convite da National Geographic para publicar um artigo sobre o tema em seu site, coincidindo com a matéria sobre o Pantanal que saiu na mesma edição.

A principal inspiração para este meu trabalho veio da pesquisa desenvolvida entre 1996 e 1997 pelo biólogo Wagner Fischer, onde ele registrou a morte de 1.400 animais em um ano de estudos na BR-262, que corta o Pantanal Sul. Dentre as vítimas estão 88 espécies – várias das quais ameaçadas de extinção – incluindo jacarés, capivaras, lobinhos, tamanduás, tatus, várias aves (como seriemas e gaviões) e até onças.

Este é um assunto para se pensar muito a respeito, especialmente em sua próxima viagem por nossas estradas, lembrando que os animais podem não ser as únicas vítimas de um acidente como este.


Jovem Bugio (Alouatta caraya) atropelado na Rod. Transpantaneira (MT)
Foto finalista do Concurso Nacional de Fotografia "A Imagem do Meio Ambiente" (2006)


FOTO © Daniel De Granville, 2003
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quarta-feira, outubro 04, 2006

Agora em Inglês!

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Desta vez não tem foto :-(

É só pra avisar que o Fotograma Blog finalmente ganha uma versão em inglês. Parte do conteúdo será a mesma para ambas edições, e outras postagens serão exclusivas para determinado idioma dependendo do conteúdo.

Se quiser divulgar a notícia para seus amigos e colegas que não lêem português, o endereço do novo blog é http://www.fotogramabits.blogspot.com/

Fique atento para mais novidades! Abraços e até mais,
Daniel
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segunda-feira, outubro 02, 2006

Projeto Pantanal Vai à Praia

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ARTE © Ronald Rosa, 1999


A primeira viagem que fiz cujo objetivo principal era a fotografia – ou seja, minha primeira expedição fotográfica propriamente dita – aconteceu em 1999, dentro do Projeto “Pantanal Vai à Praia”.

Durante 4 meses e meio, eu e os companheiros Tietta Pivatto e Guto Bertagnolli percorremos em bicicletas um trecho de 4.500 km do litoral entre Vitória (ES) e São Luiz (MA), levando uma exposição sobre o Pantanal com fotografias de nossa autoria, música regional e objetos típicos.

O objetivo foi promover um intercâmbio cultural entre estas duas regiões situadas em extremos opostos do Brasil. Ao mesmo tempo em que apresentávamos o material sobre o Pantanal, colhíamos registros fotográficos e textuais sobre o Nordeste, que seriam utilizados em uma segunda fase onde pretendíamos fazer o inverso: pedalar pela planície pantaneira mostrando a cultura nordestina. Infelizmente esta etapa nunca foi realizada – ou ao menos não até hoje...

Chegando em Jericoacoara (CE), 29 de julho de 1999
FOTO © Daniel De Granville, 1999


A fotografia digital ainda engatinhava por aqui, então a maioria absoluta das imagens que fizemos foi em cromo e negativo. Foram aproximadamente 3.400 fotos, sendo cerca de 250 delas com uma câmera Nikon Coolpix 100 de inacreditáveis 0,3 Megapixels (um luxo na época!), emprestada por um dos mais de 30 patrocinadores que apoiaram o Projeto.

Foram 145 dias de viagem, onde fizemos 71 exposições, 16 palestras e 15 trabalhos de educação ambiental em escolas. Participamos de 33 entrevistas para TV/rádio e saímos em 21 matérias em revistas/jornais.


Saiba mais sobre o Projeto Pantanal Vai à Praia!
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sábado, setembro 23, 2006

Guia de Campo de Bonito

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Na Alemanha, Ministro Gilberto Gil confere e aprova o
Guia de Campo de Bonito!
FOTO © Gustavo Dessoy, 2006



Hoje tem reunião em casa. Sim, é sabadão, mas tem trabalho... dos bons! Acontece que a equipe do Guia de Campo de Bonito, oficialmente o primeiro livro onde eu participo como autor de fotos e textos, decidiu se reunir. Primeiramente, para comemorar o fato de que as despesas com a publicação acabaram de ser pagas. Segundo, para fazer um balanço geral sobre o produto: situação das vendas, estratégias de comercialização, edições futuras, etc.


| FOTO e ARTE: © Kiko Azevedo / Daniel De Granville, 2005 |



Nosso Guia foi lançado em julho de 2005, dentro da programação oficial do VI Festival de Inverno de Bonito, com tiragem de 5.000 exemplares. Elaborado por biólogos, fotógrafos e especialistas em design e ecoturismo, possui 120 páginas com mais de 170 fotos de animais, plantas e paisagens da região da Serra da Bodoquena, incluindo 83 pranchas ilustradas com explicações sobre espécies mais representativas da fauna e da flora.

A confecção do guia envolveu o trabalho de mais de 6 pessoas durante quase 4 meses, entre seleção e captura de imagens, elaboração e revisão de textos, preparo e montagem do material para impressão, distribuição e lançamento.

Para mim, como fotógrafo da equipe, o mais interessante durante a captura das imagens para o guia foi ter que fazer fotografias “eficientes” para identificação das espécies. Isto significa conseguir fotografar os animais e plantas em uma posição ou situação “neutra”, contrapondo-se à fotografia com visão mais artística resultante de um processo criativo. Tal necessidade exigiu uma revisão nos meus critérios de escolha de uma “boa imagem”, pois algumas das fotos eu jamais consideraria selecionável para uma exposição, por exemplo. Não que fossem fotos ruins – tecnicamente elas estão muito bem, mas simplesmente mostrar o bichinho lá parado, posando em frente à câmera sem demonstrar algo que cause encanto no observador, não é o que mais fascina quem gosta de exercer a fotografia de forma inovadora...

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quarta-feira, setembro 13, 2006

Papos da Alemanha, Parte 5: Seis Meses Atrás...

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Capa do folder de divulgação do Projeto
| FOTO e ARTE: © Daniel De Granville, 2006 |




Na semana que passou completaram-se 6 meses desde que embarquei para a Alemanha no Projeto “Macunaíma Besucht Bayern”, onde quatro artistas brasileiros foram selecionados e viajaram a convite da Secretaria de Cultura de Munique para expor seus trabalhos naquele país.

Ao rever o Fotograma Blog, percebi que ainda não havia apresentado os demais integrantes da equipe, incríveis amigos que tornaram este projeto mais incrível ainda – portanto, aí vai, como forma de celebrar a passagem desta data (textos extraídos do material de divulgação original produzido pelos coordenadores do Projeto, Andréa Junqueira e Vinícius Dessoy, da Casa do Brasil e.V.):



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Scholles, Flávio
O artista plástico Flávio Scholles é descendente de migrantes alemães e nasceu no ano de 1950 no Rio Grande do Sul. Em 1973 ele concluiu seus estudos de Arte na Pontifícia Universidade Católica em São Paulo. A vida dos imigrantes alemães no Brasil é a matéria prima para as obras do artista gaúcho. Flávio assume sua identidade e tenta desta forma preservar um pouco da cultura alemã no Brasil. Foi assim que no ano de 1975 ele lançou uma série sobre sua história e sua familía, que representava também a forma de vida da maioria das famílias na região do Vale do Rio dos Sinos. A Colônia, o Êxodo e a Cidade são algumas das fases da história da região representadas em suas telas, que mostram através de uma escolha consciente de diferentes estilos – cubista, construtivista entre outros – o cotidiano e as tradições dos teuto-brasileiros. Desde os anos 70, Flávio apresenta seus trabalhos em diversas exposições no Brasil e no exterior, entre elas no ano de 1998 na galeria “Artshow Avalon” nos EUA e em 2002 uma exposição individual no projeto “Art on Cows” em Luxemburg.
Para maiores informações sobre Flávio Scholles e seus trabalhos visite www.fscholles.com.br



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Valmon
Valmon Rodrigues da Silva, nascido em 1967 no Rio de Janeiro, é não somente escultor,
como também excelente músico e compositor. Valmon começou a esculpir as suas fantasias e sonhos aos seis anos de idade com um material chamado „tabatinga“, que existia com muita fartura nos fundos do quintal de sua casa, mais tarde descobriu sua paixão e talento pela música. Para confeccionar as esculturas Valmon utiliza madeira, argila, poliepóx, papel, pedras, arames, além de muita inspiração e outros objetos que encontra em lugares especiais durante suas viagens pelo Brasil e pela Europa. As esculturas que têm como tema aspectos sociais, fantasias, sonhos, espiritualismo e MPB, são únicas e expressam com sensibilidade e autenticidade o caráter e o sentimento do artista. Valmon vem apresentando seu trabalho como escultor e músico no Brasil e na Europa em diversos eventos culturais. No ano de 2002 suas esculturas foram expostas na „Alte Brauerei Stegen“ no Ammersee, na Alemanha.
Para saber mais sobre seus trabalhos, visite www.valmonmusic.com



FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Savastano, Rodrigo (“Dido”)
O jornalista carioca Rodrigo Savastano produziu por seis anos as mostras independentes mais representativas da cidade, como a "Mostra o que neguinho tá fazendo" e o "Atacadão dos Filmes". Também é curador da Mostra do Filme Livre, festival de Cinema independente no CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) do Rio de Janeiro. Foi professor de audiovisual em ONGs que trabalham em comunidades carentes como o Ceasm, na Favela da Maré, a CUFA (Central Única das Favelas) em Madureira e a ONG Ação da Cidadania, em Santa Teresa. Atualmente, trabalha como editor audiovisual, tendo montado mais de 70 trabalhos entre documentários, institucionais, programas de TV e filmes independentes, e com eles ganho diversos prêmios. Seu ultimo curta, "Mestre Humberto" ganhou o premio de público do Festival “Brasil Plural 8” e no Festival Internacional de Curtas de São Paulo, entre outros, e participa da Seleção Oficial da Competitiva Internacional e do Festival de Curtas Metragens de Oberhausen 2006.
Contato: rodrigosavastano@yahoo.com.br




FOTO: © Daniel De Granville, 2006


Por último, mas não menos importante, o grande Junior Cardoso, que não era parte da equipe oficial, mas compartilhou conosco todos os momentos do projeto. Junior também é músico e forma dupla com o Valmon em suas apresentações.


Um grande abraço und liebe grüße a todos (incluindo todo o povo que ajudou um monte nos trabalhos)!